Música
Dulce Pontes em Portimão
Primeiro as tendinhas
com os produtos regionais e de artesanato, depois, ao jantar chegam
as sardinhas em vários stands disponíveis e, pontualmente, às
22h30, no palco do recinto, surge Dulce Pontes perante um mar de
gente que ali estava para assistir ao espetáculo de abertura do
Festival da Sardinha de Portimão. Foram 11 dias de festival por
onde passaram, num programa variado, para além da Dulce Pontes,
Charanga Habanera, Per7ume, Virgem Suta, Áurea, Quadrilha, Amor
Electro, Mickael Carreira, Susana Félix, OqueStrada e, a encerrar,
os Trovante. Natural do Montijo onde nasceu no ano de 1969, Dulce
Pontes começou por aprender a tocar piano no Conservatório de
Lisboa, estudou Dança Contemporânea entre o 7 e os 17 anos de
idade, mas inicia a sua atividade artística na comédia musical e em
1990 é convidada a integrar o espectáculo "Licença para Jogar" no
Casino Estoril. Em 1991 vence o Festival RTP da Canção tendo
representado Portugal no Festival Eurovisão da Canção, onde cantou
"Lusitana Paixão".
Alcança o oitavo lugar entre
22 países participantes, uma das melhores prestações de Portugal no
Euro Festival. No início da década de 90 grava Lusitana, um disco
composto por canções essencialmente pop. Mas é em 1993, com o tema
Lágrimas, que se percebe em simultâneo que Dulce é por um lado
também uma excelente fadista e, por outro, que percorre um caminho
próprio dentro do Fado e que não se limita a este. Quem não se
recorda, na sua voz, de temas como Lágrimas, Povo Que Lavas No Rio,
Canção do Mar, Mãe Preta ou Gaivota? Ao longo da sua carreira Dulce
Pontas cruza-se com outros grandes e grava com eles álbuns como O
Primeiro Canto (com Maria João) ou O mar e tu (com Andrea
Bocelli). Em 2007 canta acompanhada por uma grande orquestra
dirigida pelo famoso compositor e maestro Ennio Morricone. Outro
momento alto foi aquele em que, com José Carreras, protagonizou a
abertura oficial da eleição das Novas 7 Maravilhas do Mundo com o
tema One World (Todos Somos Um) de sua autoria, para a maior
emissão televisiva da história. Ao longo da sua carreira Dulce
Pontes atuou com vários artistas internacionais, como Cesária
Évora, Caetano Veloso, Marisa Monte, Carlos Núñez, a banda celta
The Chieftains, George Delaras e o artista basco Kepa Junkera. A
qualidade do trabalho de Dulce Pontes, muito solicitada fora do
país, justificaria uma maior atenção e solicitação da parte das
produtoras de espetáculos em Portugal.