Entrevista

Os Azeitonas
Anda Comigo Ouvir Ray-Dee-Oh

capa copy.jpgAnda Comigo Ver o Aviões deu que cantar aos portugueses e foi um boom na carreira dos Azeitonas. Ray-Dee-Oh é o seu novo single. Saiu em maio e conquista rapidamente airplay nas rádios. É Marlon, a voz dos Azeitonas, que fala deste novo trabalho, de parcerias musicais e do papel da Internet no futuro da música.

O verão de 2013 foi a tour para divulgar o novo registo AZ, as pessoas estão a receber bem estas novas faixas?

Acho que sim. Temos um feedback muito positivo do público em relação às nossas músicas. O nosso primeiro single, Ray-Dee-Oh, saiu em maio, e assim que começamos a tocar sentimos logo uma boa adesão, com o pessoal a cantar a música.

Este trabalho foi antecedido pelo tema Ray-Dee-Oh. Mais um tema "orelhudo", uma música que está a conquistar airplay por parte das rádios, de norte a sul do país. Estão satisfeitos com a divulgação, do vosso trabalho?

Estamos muito satisfeitos. Na viagem vínhamos a ouvir rádio e o Ray-Dee-Oh tocou umas três vezes, o que é bom sinal. Este disco, podemos dizer que é um concretizar dos nossos sonhos. Conseguimos realizar todos os desejos que tínhamos em relação a produção e a músicos convidados. Estamos felizes com o resultado final.

No global, comparando com os discos anteriores, pode apontar diferenças significativas entre AZ e os outros registos?

A grande diferença foi termos tido mais meios do que nos outros álbuns. Para os outros álbuns tivemos ideias de gravar com fanfarras e big bands, mas nunca tivemos os meios de estúdio e monetários. Desta vez conseguimos tê-los e foi praticamente o concretizar desses sonhos antigos, de tornar as músicas maiores, em termos de produção e de arranjos. Estamos muito satisfeitos.

O ponto de viragem na vossa carreira foi o single Anda Comigo ver os Aviões, um tema que projetou em definitivo o vosso coletivo para o panorama musical português…

Foi uma surpresa. O single surgiu por arrasto. Foi uma música que surgiu por acaso num programa de televisão de caça-talentos, e a partir daí, sem estarmos à espera, a música "rebentou". Tivemos imensas visitas na nossa página, o nosso site até bloqueou. Fomos avisados por amigos, não estava a ver o programa. Quando fui ver o telemóvel estava cheio de mensagens a dizer que a nossa música tinha passado. Esse foi o salto para Portugal inteiro, chegou a toda a gente. Nós já tínhamos a nossa legião de fãs, mas com essa música alargou bastante.

Esse tema teve uma gravação especial com o António Zambujo. Este mais recente single poderá ter também um convidado surpresa?

Na altura da gravação com o António Zambujo, quando surgiu a ideia, estávamos juntos, em Lisboa. Ele também gostava da música, andava sempre a cantá-la. Foi assim que aconteceu, uma coisa muito espontânea. Com o Ray-Dee-Oh não temos nada projetado. Mas quem sabe…

Agrada-vos o espírito de partilha e colaboração com outros músicos?

Claro que sim. Acho importante a amizade entre músicos e bandas, que existe fora dos palcos. Por isso, muitas vezes, acontece irmos para os palcos com amigos. Sempre que pudemos convidar e ser convidados. Há uma grande partilha e isso é importante.

As pessoas que ouvem os vossos temas na rádio e nunca assistiram a um espetáculo vosso, não fazem ideia do número de elementos que se apresenta em palco nas vossas atuações?

Nós lançamós o ano passado o nosso álbum com DVD e se virem esse DVD, mesmo que seja no YouTube, podem ficar com uma noção do que são ao vivo os Azeitonas. Ouvindo o disco e vendo podem pensar que a banda são quatro, mas somos 11 pessoas em palco. Estar em palco é das coisas que mais gostamos, mais até do que gravar discos.

Na vossa página na internet é ainda possível fazer o download de um dos vossos anteriores trabalhos. Estão a pensar em fazer algo do género, por exemplo com um tema de oferta deste novo trabalho?

Foto Azeitonas 2 copy.jpgPara já lançamós o disco num formato que podemos chamar clássico, em CD. Também vai estar na plataforma digital itunes e no Spotify, entre outras. Para já será assim, vamos ver.

Agrada-vos o conceito de divulgar os temas na Internet?

Acho uma forma muito interessante. O futuro da música digital vai passar por aí. Daqui a uns anos a internet vai estar por todo o lado, toda a gente vai ter telefone e casas com internet, muitas cidades já têm praças com wi-fi. A internet vai ser quase como a água e a luz, vai fazer parte das nossas vidas. A música vai estar junto e, por isso, as pessoas vão poder sempre ouvir música, sem precisar de comprar CDs.

O facto das pessoas poderem ouvir as músicas em streaming não vai prejudicar financeiramente os músicos?

Os músicos ganham dinheiro pelas vezes que são ouvidas as músicas. É um debate polémico. Muitas bandas queixam-se que se calhar não estão a ganhar o dinheiro devido, sobre esses streamings que estão a acontecer. Li recentemente um artigo sobre um Dj que tem uma música no Spotify. Ele mandou uma carta ao Spotify a agradecer, com o dinheiro que ganhou nos streamings conseguiu comprar uma casa. Como o streaming pago ainda é um mundo novo não se sabe bem o que vai acontecer. Antes isso do que downloads ilegais.

E nas redes sociais, como é que está a ser recebido este mais recente registo?

Acho que muito bem. Temos tido um feedback positivo. O nosso videoclip tem tido bastantes visitas. O nosso primeiro vídeo, antes do videoclip oficial, também foi bem aceite. Temos muitos fãs na nossa página de Facebook, que tem crescido bastante. A nossa presença nas redes sociais tem sido uma fonte de promoção, desde há muitos anos para cá.

De disco em disco vão tentando alterar a fórmula. Não há uma alteração do mesmo formato, há algo de novo para dar a ouvir aos vossos fãs…

Nós tentamos sempre mudar um pouco. Também vamos mudando como pessoas, vamos crescendo, ficando diferentes e com isso a música também vem atrás. A evolução tem sido gradual. Vamos acrescentando coisas novas, temos ideias novas e queremos fazer coisas diferentes.

 

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