Aveiro estuda estado sexual da Academia
Um grupo de
investigadores da Universidade de Aveiro (UA) está a promover um
inquérito para conhecer o estado da saúde sexual da academia
aveirense, que deverá ser alargado no futuro a toda a
população.
"A ideia é fazer
um diagnóstico do estado atual da saúde sexual dos estudantes,
professores e funcionários da UA", disse Pedro Nobre, coordenador
do estudo.
Segundo este
responsável, os investigadores pretendem avaliar três aspetos "que
se tocam entre si e todos eles estão relacionados com uma ideia
global de bem-estar e satisfação sexual".
O primeiro aspeto
tem a ver com o funcionamento sexual e a satisfação sexual das
pessoas. "Queremos perceber até que ponto a pessoa tem algum tipo
de dificuldade ou de problema sexual e qual o seu grau de
satisfação com a sua vida sexual em geral", explicou Pedro
Nobre.
Uma outra área
prende-se com a própria educação sexual, onde se questiona "que
tipo de informação, de conhecimentos e até de atitudes as pessoas
têm face à sexualidade".
Segundo o
investigador, a terceira área vai ser feita, sobretudo, com a
comunidade estudantil e está relacionada com os comportamentos
sexuais de risco.
O estudo é feito
com base em questionários online e toda a informação recolhida é
anónima e confidencial. "Não há nenhuma forma de identificar quem
respondeu aos questionários", assegurou o também coordenador do
SexLab - unidade laboratorial de investigação em sexualidade
humana, que funciona na UA.
A comunidade
académica da UA abrange uma população de cerca de 15 mil pessoas,
mas Pedro Nobre admite que a amostra do estudo deverá ser
"substancialmente mais pequena", porque as respostas são
voluntárias.
O especialista
salientou, no entanto, que, neste tipo de estudos, "mais importante
do que o número é a representatividade das pessoas que respondem
aos inquéritos".
"Se conseguirmos
uma participação acima das 400 ou 500 pessoas, desde que sejam
representativas, já é suficiente para podermos tirar ilações com
alguma sustentabilidade", afirmou.
Neste momento,
está a decorrer a fase de inquéritos, que deverá ficar concluída
até ao final de maio, e os resultados deverão ser conhecidos em
setembro.
Depois de
conhecerem o estado da saúde sexual da comunidade académica da UA,
os investigadores querem ir mais longe e alargar este estudo à
população portuguesa.
"A ideia é que
este trabalho funcione como um estudo piloto que possa ser aplicado
a toda a população em geral, de modo a tornar possível delinear
estratégias de intervenção e de promoção da saúde sexual", disse
Pedro Nobre.
Texto escrito ao abrigo no novo acordo