Suplemento

Carlos Maia, presidente do IPCB
Entendimentos precisam-se

Bolonha 125.jpg"Sem dúvida que importa cumprir as questões formais, mas é importante que tenhamos a consciência plena de que há ainda muito caminho a percorrer. Ficou, contudo, claro que é necessário um melhor entendimento entre as Instituições de Ensino Superior". A expressão é do presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, e foi referida no discurso de encerramento do Encontro. º Ciclo). Já ao nível do Superior, apenas 23 por cento da população entre 30 e 34 anos é diplomada, quando a meta europeia para 2020 aponta os 40 por cento.

Aquele responsável valorizou a oportunidade de partilha e de reflexão no sentido de ajudar a compreender os processos desenvolvidos nas diferentes instituições presentes e traçou um objectivo: "Pretendemos dar resposta aos desafios que a sociedade do conhecimento nos coloca e consequentemente proceder ao necessário alinhamento do Ensino Superior nacional com o resto da Europa".

Não escondeu que há algumas nuvens negras no horizonte, designadamente a redução de taxa de natalidade, que reduz o número de alunos. Mas considerou não ser razoável pensar dessa forma. "O público que temos deveria ser suficiente para fazer crescer o ensino superior, porque não é aceitável que se mantenham os atuais níveis de qualificação da população portuguesa", referiu.

Como exemplo apontou o facto de em Portugal apenas 50,8 por cento da população entre 25 e 64 anos ter concluído o Secundário, contra 72,7 por cento da média europeia. Referiu ainda o facto de Portugal ter uma das mais elevadas taxas de abandono escolar (28,7 por cento na faixa 18-24 concluiu, no máximo o 3

"A afirmação de Portugal no contexto europeu e mundial não é compaginável com os atuais níveis de qualificação da população portuguesa", disse, afirmando que o ensino superior português vai ter de tomar a seu cargo a qualificação da população ativa, porque é seguramente a estrutura melhor colocada para alavancar essa reforma. "Se o ensino superior não conseguir desempenhar esse papel esperam-nos, num futuro próximo, grandes dissabores".

Da sua parte e do Politécnico de Castelo Branco, tudo será feito para melhorar estes níveis e para cooperar com outras instituições. É certo que as estatísticas são as que são, a empregabilidade é a que é e que existem limitações orçamentais, mas afirma que isso não pode conduzir ao "imobilismo institucional", não pode abrir a porta à perda de autonomia devido a "factores externos conjunturais".

O caminho está traçado e tem de ser feito com todos, a começar nos estudantes, que "constituem a parte central de todo o processo", pelo que devem ser mobilizados nesse sentido. "No IPCB o trabalho vai continuar com a mesma determinação, com a mesma persuasão, tentando envolver nesta causa toda a comunidade académica, porque o Processo de Bolonha é um processo de construção contínuo, dinâmico e intemporal", concluiu.

 
 
 
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