Encontro nacional sobre o Processo de Bolonha
Revisão da matéria dada
O processo de
elaboração das conclusões ainda está em curso, mas o grupo de
trabalho que organizou o Encontro Nacional, disponibilizou ao
Ensino Magazine as pré-conclusões, que aqui
apresentamos.
- Convergências: o estudante como
centro e o estudante como agente do processo educativo; a
aprendizagem entendida como um processo de construção activa e
pessoal, em que docentes e estudantes colaboram de forma activa de
forma a estimular competências que permitam a aquisição de
crescente autonomia;
- Todas as instituições
participantes comungam da mesma opinião no que se refere à
resistência notada para a mudança de procedimentos. Resistência ao
nível do corpo docente e das práticas pedagógicas adoptadas no
processo de ensino e aprendizagem;
- Ainda se fez notar alguma
desconfiança quanto à melhor modalidade a seguir no que se refere à
duração dos ciclos de estudo. Falta reflexão neste campo;
- Destacou-se a necessidade de todas
as instituições assegurarem acções de esclarecimento e de formação
quer ao nível do pessoal não docente, docente, ou de estudantes,
sobre os princípios, objectivos e natureza do Processo de
Bolonha;
- Destacou-se a preocupação com o
facto de o mercado empregador diferenciar as formações académicas
do pré e do pós-Bolonha. Fez-se notar de forma depreciativa a
avaliação dos currículos académicos do pós-Bolonha (licenciaturas
de 3 anos);
- Na maioria das instituições
notou-se acentuado aumento da mobilidade quer de docentes quer de
estudantes;
- A introdução e a valorização do
domínio de uma língua estrangeira (inglês) verificou-se, na maioria
das instituições, aquando da reformulação dos planos de estudo;
- Algumas instituições, referem
continuar a aposta na formação, identificada a partir da opinião
dos docentes, sobre aquelas que são, ainda, sentidas como as
maiores dificuldades para a implementação deste processo na sua
prática profissional;
- O reconhecimento da importância
das Unidades Curriculares opcionais integradas na estrutura
curricular dos ciclos de estudo é um aspecto de grande importância
para possibilitar ao estudante a gestão e flexibilização da sua
formação;
- Fez-se notar alguma desconfiança
no processo de implementação de Bolonha em território nacional, na
medida em que se associa este procedimento de uniformização, não à
melhoria da formação mas ao nível económico, notando-se a redução
do apoio financeiro às instituições de ensino superior;
- A existência de novos públicos a
aceder ao Ensino Superior não tem tido (ainda) uma resposta eficaz.
A relação de ensino e aprendizagem com estes estudantes ainda não é
diferencial, com impacto negativo ao nível do abandono e do sucesso
escolar;
- Reconhece-se a importância da
existência de agentes reguladores da qualidade das instituições,
dos cursos e da formação (Agências de Acreditação e Avaliação), no
sentido de aumentar o reconhecimento da qualidade da formação
superior do nosso país;
- O reforço da qualificação do
quadro docente do ensino superior por parte das instituições
envolve uma componente administrativa mais pesada, deixando menos
tempo para investigação;
- Tratando-se de um processo de mudança ao nível operativo das
instituições e ao nível de enquadramento e adaptação decorrentes
das alterações regulamentares, é contínuo; ao envolver processos e
pessoas, é gradual.