Jorge Palma em entrevista
«Apetece-me escrever meia dúzia de coisas novas»
É uma figura incontornável da música
portuguesa, com uma carreira de mais de 40 anos, marcada por êxitos
como «Deixa-me Rir», «Bairro do Amor», «Estrela do Mar" ou
«Jeremias, o Fora da Lei». Jorge Palma, na primeira pessoa.
O mais
recente disco foi editado em 2011. Poderá haver surpresas este ano
com a edição de um novo álbum de originais?
Eu gostava que sim, mas tem sido
uma correria muito grande. Muitos concertos em meu nome, trabalhos
com o grupo Tais Quais, que envolve ainda o Tim, o Vitorino e
o Gil, entre outras pessoas. Estou a trabalhar com Sérgio Godinho
num espetáculo em conjunto... É uma questão de tempo, arranjar
disponibilidade para escrever umas canções. Apetece-me escrever
meia dúzia de coisas novas, pelo menos. Mas quero gravar este ano
ainda. Não sei é se será possível [o álbum] sair este
ano.
Tem tocado
temas inéditos ao vivo?
Não, estou a percorrer os anos de
discografia. Costumo fazer alinhamentos sempre diferentes, onde
percorro os meus discos todos.
No seu
currículo são muitas as colaborações. Dos Cabeças no Ar aos Rio
Grande e, agora, os Tais Quais. Esse espírito de partilha
agrada-lhe?
Muito, por isso, mantém-se. No ano
passado dei concerto com o João Pedro Pais, o Paulo Gonzo, o Sérgio
Godinho. Dá-me muito gozo.
Seria
melhor se em Portugal houvesse mais esse espírito colaboração?
Isso não sei. Em termos de
composição sou um bocado solitário. São letra e música minhas. Mas
em termos de colaborações em discos, isso tem acontecido. O pessoal
convida-me e eu tenho muito gosto em colaborar.
É um dos
nomes fortes da música portuguesa. Como tem assistido à evolução da
música nacional?
Vejo aparecerem pessoas em todas as
áreas, desde o fado ao hip hop, com muita qualidade. Há muitos bons
músicos a aparecer, talvez mais a interpretar do que escrever. Mas
mesmo nessa área há o Miguel Araújo ou o António Zambujo, que são
muito bons. Temos aí muito boa gente, o país é que é pequenino
(risos).
Continua a
ser fácil para si ter inspiração para criar coisas novas?
Sim, a inspiração é algo que se
procura quando escrevemos. Acaba sempre por sair alguma coisa de
jeito. Com mais ou menos trabalho, as coisas saem. Chega-se lá.
Projetos
para o que falta de 2015, quais são?
É ter arcaboiço para cumprir o
programa todo que já tenho marcado. E, no meio disso tudo, ver se
escrevo umas canções fixes.
Entrevista: Hugo Rafael (Rádio Condestável); Texto: Tiago Carvalho