Politécnico

Novo software áudio
De Leiria para Hollywood

Nuno Fonseca.jpgNuno Fonseca, docente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, desenvolveu uma nova tecnologia áudio que está a ser testada em seis estúdios de Hollywood, nomeadamente 20th Century Fox, Disney, Paramount Pictures, Sony Pictures, Universal e Warner Bros.

O novo software utiliza sistemas de partículas, uma técnica bastante usada em imagem, sobretudo efeitos visuais e computação gráfica, mas agora aplicada à área do som, vocacionada para grandes produções cinematográficas, dada a capacidade para lidar com milhares ou até milhões de sons em simultâneo.

"Atualmente, se for preciso realizar uma cena de guerra com 10.000 soldados, o sound designer provavelmente irá criar de forma manual algumas dezenas de pistas áudio para tentar recriar o som ambiente. Com esta nova tecnologia, o computador consegue criar e gerir milhares de sons em simultâneo, conseguindo um resultado muito mais realista e com muito menos trabalho", exemplifica Nuno Fonseca.

Uma outra característica do software em questão é a sua capacidade para tirar partido dos sistemas mais recentes de som para cinema, como o Dolby Atmos ou o Auro-3D, alguns dos quais ainda não chegaram às salas de cinema portuguesas. Para além da sua aplicação na área cinematográfica, o software está atualmente a ser testado por outras organizações, incluindo a Playstation Santa Monica Studios, a BBC, a Turner Broadcasting, a RadioFrance e a Universidade de Stanford.

O docente do IPLeiria passou pelos famosos Pinewood Studios, nos arredores de Londres, onde foram gravados os filmes da saga Harry Potter e 007, e onde está atualmente a ser rodado o novo filme da "Guerra das Estrelas". Nestes estúdios apresentou a tecnologia inovadora aos diversos elementos da equipa de pós-produção áudio, incluindo Glenn Freemantle, vencedor do Óscar para melhor Sound Editing do ano passado, com o filme Gravidade.

Estes já não são os primeiros contactos de Nuno Fonseca na indústria cinematográfica, já que colaborou diversas vezes com a empresa Eastwest, de Los Angeles, ao criar um software que permite colocar o computador a cantar como um coro sinfónico, utilizado por diversos compositores de bandas sonoras de cinema, de TV e de jogos de todo o mundo.

 
 
 
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