Reabilitação da Linha do Tua
UTAD faz propostas
Comparar o caminho-de-ferro regional e apresentar
uma ferramenta de controlo de gestão, para auxiliar a gestão e
traduzir a estratégia em ação, numa situação de reabertura da Linha
do Tua foi o trabalho desenvolvido por André Pires na sua
dissertação mestrado em Gestão na Universidade de Trás-os-Montes e
Alto (UTAD).
O autor apresenta propostas, na
perspetiva da Gestão Estratégica, numa eventual reabertura da Linha
do Tua, desde Bragança até ao Tua, com base na ferramenta de
controlo de gestão - Balanced Scorecard - para permitir aos
decisores, gestores e administradores "uma visão estratégica das
ações a implementar bem como avaliações periódicas das ações
implementadas, num cenário de reabertura da Linha do Tua."
A reabertura desta linha seria
importante para uma visão estratégica e integrada de
Trás-os-Montes, no contexto regional e nacional, pois
possibilitaria "a criação de atividades não apenas ligadas ao
turismo - tal como aconteceu nas regiões autónomas servidas pelo
Ferrocarril de La Robla - mas também dotar os territórios por ela
atravessados de um transporte económico e eficiente,
catalisador-chave para atrair grandes os fluxos de
investimento".
Por isso André Pires avança com
propostas de investimento (estimativa de valores) "já a contar com
a construção de um novo troço de religação à linha do Douro", sendo
um dos exemplos a reabertura da linha em via estreita eletrificada,
com compra de 6 unidades elétricas, cujo custo total seria cerca de
"189 milhões de euros." Já se o cenário apontasse para a tração
diesel, o "custo da reabertura com compra de material circulante
situar-se-ia nos 152,5 milhões de euros", sustenta.
Cenário "bem diferente", afirma,
seria se a prioridade de investimento fosse na reconversão em via
larga eletrificada, já que a reabertura da Linha do Tua, em toda a
sua extensão, teria um custo estimado "entre os 377 e os 477
milhões de euros, mas no caso tração diesel, o custo de reabertura
situar-se-ia entre 354 e 454 milhões de euros".
Este trabalho de investigação,
orientado por Francisco Diniz, docente e Investigador da UTAD, teve
como base duas linhas regionais de via estreita, localizadas em
regiões do interior norte: El Ferrocarril de La Robla (Espanha) e a
Linha do Tua (Portugal), tendo o caso espanhol servido como
benchmarking aplicável à Linha do Tua, dado que se trata de uma
linha que reabriu após encerramento parcial ao tráfego
ferroviário.