Entrevista

Entrevista
Fingertips querem conquistar o mundo

12193669101530841597110205977068899195389719n.jpgOs portugueses Fingertips, compostos por Joana Gomes e Rui Saraiva, preparam uma digressão por Estados Unidos e Europa. O mote internacional está dado pela nova canção «Out of Control», produzida em Los Angeles e com vídeo gravado em Xangai. Segue-se a conquista do mundo.

A Joana tornou-se vocalista dos Fingertips em 2010. Como viveu esse momento?

Foi uma aventura. Eu sempre fui fã dos Fingertips, desde que em 2003 a banda lançou o primeiro single, numa altura em que eu era só uma estudante a tentar tirar boas notas. Quando em 2010 a banda lançou uma campanha para encontrar uma nova voz, eu vi ali uma boa oportunidade para concretizar o meu maior sonho: ser cantora. Concorri ao desafio e acabei por sair vencedora. De um dia para o outro vi-me na transição de fã para vocalista da minha banda favorita, o que é incrível. Felizmente, os Fingertips são uma banda composta por pessoas fantásticas que me receberam muito bem. Quanto à forma como os fãs viram a mudança de vocalista, acho que é natural que no início estivessem um pouco de pé atrás. Mas depois a engrenagem voltou ao que era. Hoje temos um grupo de fãs que nos acompanha e dá a força de que precisamos para compor.

Sentiu logo química com a banda?

Sim, e isso foi muito bom. Nós conseguimos encontrar um equilíbrio logo desde o início. Eu sentia-me como um peixinho fora de água quando entrei na banda, porque não conhecia o processo. Mas a banda ajudou-me na adaptação. O Rui [Saraiva], que está nos Fingertips desde inicio, ajudou-me imenso, explicou-me como se compõem canções, como colocamos cá fora tudo aquilo que nos vai na alma. Foi essencialmente ele quem me motivou a escrever as letras das canções, porque quando entrei para a banda não tinha certeza se conseguiria fazê-lo.

Antes de abraçar este projeto já tinha experiência na música?

Não. Sempre tive o sonho de ser cantora e sempre me envolvi com o mundo da música, mas mais como fã. Na altura, a minha principal participação na música era num grupo coral, portanto não tem muito a ver com aquilo que estou a fazer agora (risos). Mas é uma boa escola. Também tive uma banda de garagem com amigos, no liceu.

Em 2015 foi lançado o single «Out of Control», com um vídeo gravado em Xangai, na China. Que tal foi a experiência de filmar nessa cidade?

Também foi uma aventura. O EP que queremos lançar este verão foi composto à medida que íamos viajando. Isso acabou por trazer outra energia às nossas canções, que penso ser visível no tema «Out of Control». Escolhemos Xangai para as filmagens do vídeo porque é uma cidade muito irreverente que consegue equilibrar a China mais antiga com a China mais moderna.

1558538101533048884210205946201367521306196n.jpgEntão foi a escolha perfeita para o vídeo da canção?

A cidade encaixa perfeitamente naquilo que queremos transmitir com o tema «Out of Control». No fundo, essa canção é um grito contra as regras preestabelecidas pela sociedade, quando parece que uma pessoa ao nascer já tem o destino traçado. Muitas vezes sentimos isso logo no seio familiar. É importante que cada individuo saiba que tem uma luz própria. Tem é que a saber seguir. O «Out of Control» quer ser a ignição dessa procura em cada um de nós.

Que feedback têm recebido?

Tem sido bastante positivo. Em primeiro lugar as pessoas disseram-nos que é bastante diferente daquilo a que estavam habituadas por parte dos Fingertips. E de facto, é. É uma música mais vibrante, tem outra energia. Embora o vídeo tenha sido gravado em Xangai, a canção foi produzida em Los Angeles com o produtor dos Thes Killers e Imagine Dragons, Mark Needham, que nos ajudou a encontrar a energia que procurávamos. Os nossos fãs dizem que estanham ao início mas depois não conseguem parar de ouvir. É incrível ouvir isso. Por outro lado, também temos tido um feedback bastante positivo no território americano, que é onde estamos a trabalhar, neste momento, ao nível da internacionalização da banda. A América foi um dos primeiros locais a enviar-nos mensagens, a pedir-nos entrevistas, a querer ver-nos ao vivo. Isso é um bom sinal.

Entretanto saiu mais um avanço do EP, a canção «Kiss Me». Qual foi a inspiração?

A música é inspirada naquela fase dos 16 anos, quando vivemos a loucura das paixonetas de verão. É uma canção mais fresca, toda verão. Faz-nos sentir outra vez na adolescência.

A sonoridade do futuro EP será um pouco à imagem dos singles já editados?

Sim. Agora estamos a fazer um rock mais alternativo, mas garantimos que vão continuar a haver baladas nos discos dos Fingetirps. Os nossos fãs podem estar descansados (risos).

97199110151418714191020574153164n.jpgNo horizonte está também a edição de um longa duração?

Neste momento, não estamos a pensar nisso. Mas certamente irá acontecer, porque durante o processo de gravação surgem sempre novas músicas. Às vezes o problema é escolher quais aquelas que queremos que façam parte do disco. Para já o EP, depois logo se vê.

Quais os objetivos da banda para 2016?

Em abril estamos a dar concertos em Los Angeles. De resto, quem quiser pode seguir-nos nas redes sociais para saber onde vamos atuar, mais tarde em Portugal. Ainda queremos fazer uma digressão europeia.

Portanto, a internacionalização é um objetivo claro.

Sem dúvida. As pessoas não têm de estar confinadas ao lugar onde nasceram, ou onde têm a sua casa ou família. É assim que vemos o mundo. Podemos estar hoje em Portugal, país que adoramos, mas também ir além-fronteiras e mostrarmos a nossa música nos quatro cantos do mundo.

Hugo Rafael com Tiago Carvalho
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