Ministro do Ensino Superior reforça a ideia
“Não há cursos a mais”
O reforço do emprego
científico e qualificado é uma aposta do atual ministro da Ciência
e do Ensino Superior. Manuel Heitor defendeu esta ideia, no passado
dia 6, durante a apresentação do estudo desenvolvido pelo Instituto
Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e pela Associação Empresarial
de Beira Baixa (AEBB).
No entender do governante "vivemos
em tempo dinâmico de acelerada mudança tecnológica". Manuel Heitor
disse perante uma plateia com empresários e docentes do IPCB, que
ao nível do ensino superior "é importante criar o imprevisível, não
apenas olhando para o que existe, mas para o que pode vir a
existir". Manuel Heitor adianta que é necessário "provocarmos ação
no futuro".
O ministro teceu diferentes
comentários ao estudo, o qual na sua perspetiva vem demonstrar que
"não há cursos a mais", acrescentando que a "diversidade de
competências é importante". Manuel Heitor considerou ainda que a
"co-localização de atividades de ensino, investigação e inovação, é
um desafio que se coloca às instituições de ensino superior". De
resto, a sessão permitiu também a apresentação de duas empresas que
têm uma ligação direta ao IPCB. A Allbesmart, a primeira «spin-off»
do Politécnico, incubada no Centro de Empresas Inovadoras de
Castelo Branco, que já venceu vários prémios nacionais, estando
ligada a centros de investigação internacionais; e a Semural, que
viu certificado um produto com o apoio da Escola Superior Agrária
de Castelo Branco.
Para Carlos Maia, presidente do
Politécnico, o estudo, coordenado pela investigadora Sara Nunes,
vem "demonstrar que há uma ampla margem de progressão entre o IPCB
e o mundo empresarial".
No entender daquele responsável o
"IPCB deve associar-se às empresas, mas também deve haver a
perceção que elas têm vantagem em se associar ao mundo do ensino.
Vamos reforçar essa aproximação em conjunto com as empresas e vamos
implementar um conjunto de ações".
Por sua vez, José Gameiro,
presidente da AEBB, considerou que "este estudo é um bom exemplo do
que pode ser a cooperação entre as empresas e as associações. Penso
que devem ser os empresários a dar o primeiro passo e a olharmos
para a escola". Na sua perspetiva, "tem que ser feito um caminho e
as escolas também têm que se abrir" e se adaptar aos ritmos
diferentes entre o ensino e o tecido empresarial.
O presidente da AEBB falou ainda de
cooperação política, e deu alguns exemplos relacionados com a
receção de estagiários do ensino superior nas empresas, "como a
criação de créditos sobre a TSU relativos ao tempo que a empresa
gasta nessa formação ou a possibilidade de, a troco desse
acolhimento de estagiários, a instituição dar formação aos
restantes ativos das empresas".
O estudo resultou no envio de 1408 questionários (via digital) a
empresas da região, tendo sido obtidas 458 respostas, das quais 267
foram validadas.