António Costa: regresso a aulas presenciais é crucial para preparar próximo ano letivo
O primeiro-ministro, António Costa, considera que o regresso às
aulas presenciais nos 11º e 12º anos, a partir de 18 de maio, será
essencial para treinar a comunidade educativa, visando aperfeiçoar
as condições de segurança no próximo ano letivo.
O governante deixou esta mensagem, no dia
15 de maio, no final de uma visita à Escola Secundária D. Pedro V,
em Lisboa, uma das maiores do país com 1260 alunos, dos quais 460
retomarão as aulas presenciais dia 18.
"Estas semanas vão ser muito importantes
para todos, não só para concluir bem este ano letivo, mas,
sobretudo, para treinar o próximo ano", afirmou o líder do
executivo, numa ação em que esteve acompanhado pelo ministro da
Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e pelo secretário de Estado dos
Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
O primeiro-ministro frisou em seguida
que, "seguramente, em todo o próximo ano letivo", a comunidade
educativa terá de continuar a conviver com o novo coronavírus,
"porque não estará disponível uma vacina".
"Portanto, este regresso é uma forma de
as direções das escolas, os docentes, os alunos, os assistentes
operacionais e as famílias testarem metodologias e aprenderem com a
prática para saberem aquilo que é necessário aperfeiçoar no próximo
ano letivo. Mais uma vez, no próximo ano letivo, vamos ter também a
covid-19. Temos de aproveitar este período para aprender a conviver
com a covid-19", reforçou António Costa.
Neste ponto, o primeiro-ministro falou
também no caráter essencial inerente ao cumprimento das normas de
disciplina individual, como o uso de equipamentos de proteção,
distanciamento físico entre pessoas e nova organização das formas
de aprendizagem.
"Em particular os professores tiveram
nestes meses uma grande capacidade de invenção e de adaptação.
Vamos seguramente poder encarar o próximo ano letivo com uma
tranquilidade diferente em comparação com o sobressalto que vivemos
estas semanas", defendeu.
Na sua intervenção, perante os
jornalistas, o primeiro-ministro fez questão de realçar que faria o
seu breve discurso com máscara, num gesto simbólico para garantir
"um regresso à escola em segurança a partir de segunda-feira".
"Em qualquer espaço da escola usaremos
sempre máscara", salientou, lembrando o esforço efetuado na
distribuição de quatro milhões de máscaras a todos os estabelecimentos
de ensino que vão reabrir no dia 18".
Antes, o ministro da Educação aproveitou
para elogiar a direção da Escola Secundária D. Pedro V,
considerando que "fez mais do que aquilo que fora lançado como
conjunto de orientações pelo Ministério e pela Direção Geral da
Saúde".
"Hoje é o último dia útil antes do
reinício das atividades letivas presenciais. A palavra é de
confiança e de agradecimento para que, entre todos, possamos
aumentar as condições de segurança", afirmou.
Tiago Brandão Rodrigues observou depois
que, na transição do ensino presencial para o ensino à distância,
em março, "houve muitas dúvidas sobre o que seria a resposta de
cada uma das escolas a essa mudança completa de paradigma".
"Penso que todos nos sentimos muito
orgulhosos pelo trabalho inexcedível dos diretores, dos professores
do nosso sistema educativo, em especial da escola pública. Todos os
que trabalham na escola, sejam docentes ou não docentes, mostraram
que era possível mudar o paradigma e fazer a escola num contexto
não presencial. Um objetivo que foi alcançado com a ajuda de outros
recursos, como o estudo em casa através da RTP Memória", apontou o
membro do Governo.
Tiago Brandão Rodrigues destacou também
que, na atual situação de desconfinamento em curso na sociedade
portuguesa, "o sistema educativo está também a dar os primeiros
passos".
"Sabemos que é importante voltarmos ao
novo normal e começámos com os alunos dos 11º e 12º anos que, tendo
também exames, não terão a possibilidade de efetuar a recuperação.
Essa recuperação tem de acontecer durante o próximo ao letivo",
acentuou o ministro da Educação.
O titular da pasta da Educação deixou
ainda uma mensagem dirigida aos assistentes operacionais,
considerando que "são peças fundamentais para que as escolas sejam
espaços de contenção da propagação" do novo coronavírus.