Universidades e Politécnicos
Ministério quer regresso a aulas presenciais a partir de 4 de maio
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior quer que as universidades e politécnicos iniciem
atividades letivas presenciais a partir do próximo dia 4 de maio.
Isso mesmo foi expresso através de uma recomendação que a tutela
enviou às instituições de ensino superiores portuguesas e a que o
Ensino Magazine teve acesso. As instituições encontram-se sem
atividades presenciais desde o mês de março devido à pandemia de
Covid-19.
O Ministério recomenda ainda que
"as instituições devem começar a preparar/planear antecipadamente o
próximo ano letivo, assegurando condições e práticas
preventivas".Esta recomendação solicita às universidades e
politécnicos que elaborem, até ao final de abril, "planos para
levantamento progressivo das medidas de contenção atualmente
existentes, incluindo a reativação faseada de atividades letivas
e não letivas com presença de estudantes".
Diz a tutela que "a implementação dos planos para levantamento
progressivo das medidas de contenção atualmente existentes fica
sujeita à alteração do atual estado de emergência, devendo as
instituições estar preparadas para a sua concretização faseada a
partir de 4 de maio de 2020".
No documento, o Ministério liderado por Manuel Heitor recomenda
que "os planos para levantamento progressivo das medidas de
contenção atualmente existentes incluam medidas específicas
destinadas aos milhares de estudantes estrangeiros que escolheram
as nossas instituições para obterem os seus graus ou programas de
mobilidade, mas que entretanto decidiram regressar aos seus países
de origem e para os quais já não será possível viajar para Portugal
no curto prazo".
Apesar da recomendação para que as universidades e politécnicos
possam ter aulas presenciais a partir de 4 de maio, a tutela
sublinha a ideia de que "os planos continuem a privilegiar a
realização das atividades em regime de teletrabalho, especialmente
no caso dos grupos vulneráveis e de risco, e a realização de
reuniões por meios telemáticos (vídeo ou teleconferência), em
especial as reuniões de júris de mestrado e de doutoramento, júris
dos concursos no âmbito das carreiras docentes do ensino superior e
da carreira de investigação científicas, realização de provas
públicas e reuniões de órgãos de governo e de gestão".
Esta recomendação deve ainda ser considerada para o alargamento do
âmbito de processos administrativos por via digital para
estudantes, bem como docentes, investigadores e funcionários,
evoluindo efetivamente para "secretarias eletrónicas" e uma total
desmaterialização de processos.
Dentro dos prazos mencionados, "as instituições científicas e de
ensino superior devem desenvolver as diligências necessárias para
garantirem a disponibilização de equipamentos de proteção
individual que se revelem necessários à implementação do plano, bem
com de todos os materiais desinfetantes e de limpeza necessários
para garantir a concretização das medidas de higiene recomendadas
pelas autoridades de saúde".
As recomendações da tutela passam por as instituições criarem
condições para:- "funcionamento das estruturas do sistema nacional
de ciência e tecnologia, designadamente unidades de I&D,
laboratórios, infraestruturas físicas, tecnológicas, culturais e de
artes performativas, médicas, veterinárias e biológicas, entre
outras consideradas prioritárias pelas instituições e que se
encontrem encerradas ou parcialmente inativas;
- realização de atividades letivas que requeiram para a consecução
dos resultados de aprendizagem um contexto laboratorial ou a
presença em alguma das estruturas referidas na alínea
anterior;
- desenvolvimento de atividades de ensino clínico em ciclos de
estudos da área da saúde, sempre que os contextos de realização o
permitam;
- realização de estágios cuja conclusão careça, ainda, de
atividades presenciais;
- adoção de procedimentos de avaliação presencial de
aprendizagens, sempre que o recurso a plataformas tecnológicas não
seja considerado adequado;
- funcionamento de serviços de apoio à atividade dos estudantes e
das comunidades em geral, designadamente serviços de alimentação,
alojamento, bibliotecas e e instalações desportivas.
Recorde-se que algumas instituições de ensino superior já tinham
anunciado que não iriam ter atividades letivas presenciais neste
ano académico.