Politécnico de Leiria inicia testes à Covid-19
O Politécnico de Leiria anunciou
ao Ensino Magazine, que está a efeutuar testes à Covid-19, desde o
dia 28 de abril. Este serviço é feito com base num protocolo
assinado com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social. Certificado pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, o
centro funciona com a colaboração de professores e investigadores
voluntários do Politécnico de Leiria.
Prevê-se que, por semana, se
possam realizar cerca de cinco centenas de testes aos utentes e
trabalhadores das Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e dos
Serviços de Apoio Domiciliário (SAD) nas Comunidades
Intermunicipais da Região de Leiria e Região Oeste e noutros locais
que se mostre como necessário, sob coordenação do Instituto da
Segurança Social, I.P.
O protocolo foi assinado com as
presenças da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, Ana Godinho, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Manuel Heitor, e da Ministra da Coesão Territorial, Ana
Abrunhosa.
Em nota enviada ao Ensino Magazine, Rui Pedrosa, presidente do
Politécnico de Leiria, agradeceu "aos colaboradores do Politécnico
de Leiria que tornaram possível este projeto, em especial ao
Professor Marco Lemos, que é o diretor técnico deste laboratório, e
sobretudo aos voluntários que através do seu altruísmo e
generosidade se prontificaram a colaborar. Investigadores
doutorados, bolseiros de investigação, estudantes de doutoramento
são uns heróis de facto e sem eles seria impossível fazer
isto".
Na mesma nota, Rui Pedrosa, explicou que "com a capacidade
instalada neste centro, que envolve um conjunto vasto de
voluntários com capacidade técnica e científica, e uma coordenação
técnica competente, que nos permitiu a certificação do Instituto
Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, hoje vamos também poder
afirmar mais uma vez o Politécnico de Leiria como estando ao
serviço da região e da sociedade, demonstrando que é a múltiplos
níveis que assumimos este compromisso, nomeadamente através do
diagnóstico desta comunidade frágil e importante associada aos
espaços residenciais entre os quais se encontram os utentes e
profissionais que trabalham em lares de idosos. Em articulação com
a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e da Comunidade
Intermunicipal da Região Oeste, iremos receber as primeiras 90
amostras que vêm de três lares de Alcobaça, e iremos chegar aos
3.000 testes em, aproximadamente, um mês".
O presidente do Politécnico de Leiria sublinhou
ainda a rapidez com que todo o processo foi concretizado. "Numa
semana e meia conseguimos fazer obra para criar este espaço
laboratorial, fizemos a aquisição de alguns equipamentos e formação
dos voluntários que se ofereceram para colaborar e a
contratualização de um seguro para os mesmos; adquirimos os
reagentes para fazer os ensaios; fizemos os ensaios do painel de
testes do Instituto Ricardo Jorge, e, no passado dia 24 de abril,
recebemos a certificação. Não foi um processo fácil, mas com este
espirito colaborativo de todos, professores, investigadores e corpo
técnico do Politécnico de Leiria foi possível estarmos prontos e
amanhã vamos receber as primeiras noventa amostras para
teste".
Citada na mesma nota, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, realçou que "este é um dia que
demonstra que não há impossíveis e que, sobretudo, trabalhar em
conjunto torna possível dar uma resposta a quem precisa neste
momento. Gostaria de agradecer aos voluntários que tornam tudo isto
possível. Este programa dos testes nos lares começou há cerca de um
mês e, num mês, a ciência, a academia e os voluntários conseguiram
instalar uma capacidade acrescida de cerca de 4.000 testes por dia
que estão a poder ser feitos preventivamente e isolar eventuais
cados positivos entre os profissionais. Neste momento, já temos
mais de 20 instituições que fazem parte deste programa preventivo
de testes nos lares. O objetivo que temos aqui e isolar casos
positivos junto dos 65.000 profissionais que trabalham nos lares,
minimizando assim o risco de contágio junto da população
especialmente vulnerável. Os utentes já não têm visitas do exterior
há mais de um mês e, portanto, quem tem o risco de ser o portador
do vírus são neste momento os trabalhadores".
Por sua vez, Manuel Heitor,
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinhou que "os
testes são hoje um elemento crítico para prevenir a propagação da
pandemia, sendo importante para o processo de retoma e reativação
faseada das atividades presenciais, quer na área económica, quer na
área académica. Neste contexto, o Politécnico de Leiria é mais um
elemento que contribui para a confiança, nomeadamente através da
aliança estratégica com as instituições locais".
Já Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, lembrou que
"este é um exemplo de coesão territorial. Coesão territorial é
quando juntamos diferentes instituições para atingir um objetivo,
nomeadamente em benefício das populações mais vulneráveis, e nada
melhor que usar a ciência. Há aqui, no terreno, muitos atores a
quererem ajudar nesta missão de protegermos os nossos idosos e os
que cuidam deles".
Citado no mesmo
comunicado de imprensa, Pedro Folgado, presidente da CIM Oeste -
Comunidade Intermunicipal do Oeste, defendeu que "o Politécnico de
Leiria tem sido muito importante neste processo para nos ajudar na
aplicação dos testes. Isto é muito importante para nós porque nos
descansa e efetivamente temos agora uma ferramenta que nos permite
agir", enquanto que Gonçalo Lopes, presidente da Comunidade
Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), destacou este novo
projeto como «um contributo que a região dá aos municípios da
região de Leiria e do Oeste para que este rastreio possa ser feito
com maior rapidez e com a qualidade erguida da ciência e dos
profissionais do Politécnico de Leiria».