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O livre acesso à Internet é um direito humano
No início deste mês de Julho, uma deliberação do
comité para os Direitos do Homem, uma organização das Nações
Unidas, declarou que o acesso livre à Internet passa a ser um dos
direitos básicos do Homem.
Esta deliberação declara que o
livre acesso à Internet deve ser garantido a todos e que a
liberdade de expressão deve também ser uma garantia e não devem
existir entraves ou quaisquer limitações.
Esta medida vem no seguimento do
papel que as redes sociais tiveram na Primavera Árabe e das
tentativas que todos esses governos fizeram para limitar ou inibir
o livre acesso a essas redes.
Foi graças a estas redes sociais e
ao acesso à Internet que muito do que foi conseguido na altura foi
possível. Foi a forma mais simples, rápida e directa que foi
encontrada para comunicar a todas as populações as medidas que se
pretendiam tomar, contornando as limitações e os bloqueios impostos
pelos governos Árabes.
Apesar de ser uma medida que se
entende consensual, alguns dos países que a apoiaram insistiram que
apesar de o seu acesso ser livre, devem ainda assim existir medidas
de controlo e de monitorização dos conteúdos distribuídos.
A China, um dos países que votou de
forma favorável a esta medida, foi dos países que mais insistiu
nestas medidas de controlo e indicou que as iria continuar a
aplicar.
Mas a deliberação aprovada está
longe de ser pacífica entre as mentes mais iluminadas deste mundo
da tecnologia.
Vint Cerf , considerado o pai da
Internet, não considera que o acesso à Internet deva ser
considerado como um direito Humano. Para ele o acesso à informação
e à liberdade de expressão são sim direitos universais, devendo
estes serem desagregados de qualquer tecnologia ou meio de
acesso.
Mas para outros, tal como Tim
Berners-Lee, o inventor da World Wide Web, esta é uma ferramenta
que dá uma força especial às pessoas, e lhes permite estarem
ligadas numa rede de alta velocidade e sem barreiras.
Independentemente da opinião
partilhada e da posição que os países assumam, esta é sem dúvida
uma decisão importante das Nações Unidas.
A Internet é, e será sempre, uma
ferramenta de comunicação por excelência e deve ver abolidas todas
e quaisquer limitações ou barreiras que lhe queiram impor.
Pedro Simões
Administrador e editor do site Pplware.com
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