João Queiró, secretário de estado, garante
Ensino superior com corte de 2,5%
O Ensino Superior vai sofrer, em 2013,
um corte médio no financiamento de 2,5 por cento, confirmou o
secretário de Estado, que reconheceu haver razão para as
preocupações manifestadas pelos responsáveis de universidades e
politécnicos.
João Filipe Queiró adiantou que a
"redução média", prevista para 2013, da dotação do Orçamento do
Estado para as instituições de Ensino Superior é de "2,5 por
cento", sublinhando que "é muito inferior à do ano passado".
Ainda assim, o governante admitiu
que "têm razão" os responsáveis pelas universidades e politécnicos
que manifestaram preocupação com os cortes para o próximo ano.
O secretário de Estado justificou
os cortes no próximo ano com "as dificuldades que o país
atravessa", frisando que "não tem qualquer comparação" com o corte
"muito substancial" de 2012.
O governante espera que a redução
no financiamento público "não ponha em causa a qualidade do ensino
e a viabilidade de algumas instituições", afirmando que "vão
sobreviver com dificuldades, como todo o país".
"Tal como disse no ano passado
quando a situação era de anunciar números muito piores, a minha
esperança continua a ser a de que se consiga preservar o essencial,
preservar a qualidade, preservar no fundo o papel que o Ensino
Superior tem no futuro do país, que é muito importante",
acrescentou.
O secretário de Estado disse ainda
que "as instituições públicas já têm de há muitos anos uma
percentagem grande dos seus orçamentos, das suas receitas
proveniente de fontes alternativas ao Orçamento do Estado
(OE)".
Questionado sobre os valores
concretos do financiamento estatal a estas instituições, o
governante começou por considerar tratar-se "de uma pergunta
ingrata".
"A resposta é fácil, mas requer
alguma explicação: a dotação total compreende várias parcelas. O
total é 924 milhões de euros de dotação estritamente do OE,
compreende as bolsas de estudo, em que a verba aumenta, compreende
os serviços de acção social, em que a verba (também) aumenta, e
compreende a verba para as instituições de Ensino Superior, em que
há uma descida média de cerca de 2,5 por cento", afirmou.
O Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos (CCIPS) anunciou, que vai pedir
reuniões à tutela para apresentar as "situações de emergência" em
que estão algumas instituições depois dos cortes de 3,2 por cento
nos seus orçamentos de 2011-2012.
Os politécnicos alegam ter sofrido
uma redução no financiamento público de "30 por cento nos últimos
seis anos".
Também o presidente do Conselho de
Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, fala
em perdas de "20 por cento líquidas" de financiamento, desde 2005,
e pediu na Assembleia da República, clarificação sobre quanto
exactamente as universidades vão ter a menos, no próximo ano.
António Rendas queixou-se da falta
de diálogo com o governo, afirmando que, desta vez, a tutela nem
ouviu os reitores, antes de lhes mandar as propostas de dotação
orçamental.