1ª Coluna

Primeira Coluna
Afinal sabemos fazer contas?

IMG_1620.jpgPortugal obteve a melhor classificação de sempre nas Olimpíadas Internacionais de Matemática, com a medalha de ouro conquistada por Miguel Moreira, com o bronze de Miguel Santos, Francisco Andrade, Luís Duarte e David Martins, e a menção honrosa de Nuno Santos.

O 36º lugar, entre 97 países, revela bem a qualidade dos alunos portugueses que, entre 528 colegas, voltaram a demonstrar que em Portugal, apesar das críticas regulares feitas ao sistema de ensino e à escola pública, é possível obterem-se bons resultados. É evidente que esta análise é superficial, mas é válida, como tantos outros comentários com que por vezes somos bombardeados com teóricos que nada conhecem da realidade das escolas. Simplesmente porque já não as visitam, nem as sentem, há muitos anos.

Os resultados obtidos são, por isso mesmo, um prémio para escola pública e para o ensino português. Dão sequência a um trabalho intenso por parte dos alunos, professores e famílias, que em anos anteriores já tinha produzido resultados positivos. Entre 1989 e 2013, os alunos portugueses já conquistaram três medalhas de ouro, duas de prata, 20 de bronze e 21 menções honrosas.

Mas, acima de tudo, os resultados obtidos pelos jovens portugueses são uma injeção de autoestima para o País e, em particular, para a escola e toda a sua comunidade. Nós, os portugueses, normalmente não damos valor aos feitos obtidos pela nossa gente. Infelizmente continuam a ter mais impacto as notícias de que uma determinada percentagem de alunos teve negativas nos exames nacionais, do que vitórias como a que os alunos do ensino secundário português alcançaram.

Para a nossa autoestima é importante que as coisas boas também sejam destacadas, sem complexos, com rigor e com orgulho. O percurso dos jovens que representaram Portugal demonstra que as medalhas e a menção honrosa conquistadas não são obra do acaso, nem da sorte. São obra do trabalho, de estudo, do empenho e da dedicação. Condições fundamentais para o sucesso num mundo moderno e competitivo como o nosso, onde as contas não são só somas e subtrações, multiplicações e divisões. A matemática faz-se também de lógica e exatidão. Mas essa seria outra conversa que nos levaria para um outro patamar, o político. Certamente que o Miguel (Moreira e Santos), o Francisco, o Luís, o David e o Nuno não iriam gostar que assim fosse. Parabéns Portugal!

 
 
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