Quatro Rodas
O 50º aniversário do 911
Quem
não conhece o Porsche 911? É, nem mais nem menos, o automóvel
desportivo mais vendido de sempre e estou hoje a escrever sobre ele
porque este desportivo está a comemorar o seu
50º aniversário.
Não será fácil escrever de uma
forma criativa sobre o 911, tal é quantidade de artigos e crónicas
que vão aparecendo sobre esta efeméride, por isso irei escrever
mais da minha relação pessoal com o 911.
Ao contrário de mim, que também já
ando pelos 50, o 911 tem a cada ano melhorado o seu aspeto e
adquirido cada vez mais valências. Nasceu em 1963 e foi o segundo
filho da marca (o primeiro foi o 356), que apareceu no pós-guerra
depois de um forte envolvimento família Porsche no esforço de
guerra, no lado alemão.
O modelo aparece em público na
feira de Frankfurt de 1963 e curiosamente o seu primeiro nome foi
901. Problemas com patentes da marca Peugeot, obrigaram a Porsche a
rebatizar o modelo com o nome que hoje está espalhado pelo
mundo.
Eu conheci o 911 ao vivo num rali,
conduzido pelo Américo Nunes. Ao mesmo tempo lia sobre as vitórias
de Vic Elford e Björn Waldegård no Monte Carlo, bem como sobre o
périplo pelo campeonato europeu de ralis do campeão António
Borges.
Do que lembro, na altura (e hoje)
havia duas coisas te tornavam impar este 911. As linhas, que
concorriam com os carros dos super desenhadores italianos, e o som
do motor…inigualável. O segredo da boa forma do 911 está na
preservação destas duas características. Ao longo dos anos a
fábrica resistiu à tentação de acabar com este conceito de
automóvel, especialmente nos anos oitenta quando do falhanço
comercial dos modelos de motor à frente com o 924,944 e 928,
impediu que o 911 tivesse morrido nessa altura.
A Porsche tem organizado a construção do 911 por
series, estando neste momento a comercializar a serie 991 desde
2004, com incorporações tecnologias nascidas na competição onde é
também espantoso o palmarés do 911. No entanto a maior "evolução"
aconteceu quando em 1997 aparece a primeira serie sem o tradicional
arrefecimento a ar.
Mas regressemos à minha relação com
o 911 que voltou a ser mais próxima depois da vitória de
Jean-Pierre Nicolas no Monte Carlo de 1978, com um 911 preparado
pelos conhecidos irmãos Almeras, contra as poderosas equipas de
fábricas das outras marcas. Já nessa altura tinha despontado em mim
alguma inclinação para o desenho por isso, e inspirado pelo
momento, não quis deixar de colocar no papel as formas deste grande
carro. Ainda tenho esse desenho emoldurado. Procurei-o, e depois de
revoltar alguns armários lá o encontrei, e é com gosto que o
partilho com os meus leitores.
Entretanto mantive "relações" mais ou menos chegadas com outos
modelos de outras marcas, mas há poucos anos o 911 voltou a
atravessar-se na minha vida de uma forma arrebatadora, mas essa
parte da história ainda está muito fresca e prefiro não a contar…
por agora.