1ª Coluna

Primeira Coluna
Vitor Serra, o adeus a um amigo

IMG_1620.jpgEste é um daqueles textos que nunca queria ter escrito. Mas a história obriga-me a fazê-lo, por respeito, por amizade, por justiça e por homenagem a alguém que soube transformar um projeto de boas vontades numa empresa sólida que, por sua vez, se transformou também numa família, na sua família, capacitando o Reconquista para aquilo que hoje é. Vitor Serra tinha 56 anos. Partiu de forma inesperada, depois de ter tido alta num episódio de urgência hospitalar, ocorrido na madrugada de 26 de julho, em Castelo Branco.

No Reconquista começou novo. Percorreu quase todos os serviços, mas foi já nas funções de administrador que o passei a conhecer melhor, depois de um convite que me fez, em 1997, para integrar a equipa do Reconquista.

A sua postura perante o trabalho e sua intransigente defesa daquilo que eram os interesses da instituição que representava eram uma imagem de marca. Vitor Serra era assim. Dizia o que pensava, de uma forma muito própria. Esse convite, no qual o José Júlio Cruz também esteve envolvido, acabou por trilhar uma parte importante dos últimos 17 anos da minha vida profissional, pessoal e académica.

vitor_serra.jpgFoi também nesse período, em 1998, que lhe foi feita uma proposta de associar o Reconquista a um projeto inovador na imprensa nacional, o qual se destinava ao setor educativo. Sem hesitar aceitou o desafio que eu, o Vitor Tomé e o João Ruivo lhe propusemos. E assim, com a RVJ - Editores, nasceu o Ensino Magazine, hoje distribuído em todo o país, em Espanha e nos Palop's.

Escrevo esta coluna ainda com uma dor imensa, que o murro que levei na manhã do dia 26 de julho, foi forte. Muito forte. Por largos momentos recusei-me a acreditar e da viagem de Coimbra, onde me encontrava, para Castelo Branco, nada recordo. Apenas o seu sorriso dos almoços de quarta-feira no jornal.

Nestes 17 anos em que tive o privilégio de trabalhar com o Vitor Serra apercebi-me como ele «amava» o Reconquista. Ali cresceu, se fez homem e um profissional de primeira água. Também tivemos os nossos momentos de tensão. E ainda bem que assim foi, porque fortaleceram a nossa relação pessoal e profissional, bem como a partilha de conhecimento.

Não queria ter escrito esta coluna. O Vitor merecia continuar entre nós. Aliás, o Vitor continua connosco. Não, não irei tirar o seu nome da ficha técnica do Ensino Magazine. Está lá por direito próprio.

À sua esposa, Mila, e ao seu filho, Vitor Miguel, um abraço do meu metro e 85, o qual é extensivo a toda a grande família do Reconquista (na pessoa do seu diretor, dos párocos da Paróquia de S. Miguel da Sé, aos meus colegas, leitores e amigos). Coragem e determinação é o que o futuro exige. E era isso que o Vitor Serra desejava.

Descanse em paz amigo e companheiro. Com respeito, do seu,

 
 
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