Motor

Quatro Rodas
As ajudas

Paulo AlmeidaJá há alguns anos que tenho facebook. O meu mural está repleto de informações e histórias do mundo automóvel. Como tenho alguns contactos do lado espanhol, chegam-me muitas histórias em que estão envolvidos pilotos espanhóis.

Recentemente foi-me "postado" um vídeo em que Vettel era parodiado, pelas queixinhas que fez via rádio durante uma luta que manteve com o Alonso no grande prémio da Grã-Bretanha em Silverstone. Foi mesmo uma batalha das antigas a que também pude assistir pela TV, ouvindo em quase direto as reações dos intervenientes, pelas conversas divulgadas durante a transmissão. Os carros ultrapassaram-se mutuamente e estiveram algumas vezes lado a lado, quase se tocando. As coisas só não deram para o torto, devido à experiência e à confiança mútua dos intervenientes, apesar de serem grandes adversários.

Ao longo do tempo houve outras "batalhas míticas" que foram ficando gravadas na nossa memória. Os seguidores mais interessados, não podem esquecer o duelo Arnaux versus Villeneuve no grande prémio de França em 1979. Nessa altura, a falta de tecnologia, privou-nos de assistir em direto às reações dos pilotos a quente.

motor.jpgDigamos que esta coisa de ouvirmos os pilotos durante as corridas, até trouxe algum sal e pimenta nas transmissões televisivas. No entanto estas conversas via rádio, introduziram uma outra situação que vem merecendo críticas de alguns sectores de opinião. Estou-me a referir ao facto de que, quer nos treinos, quer na prova, as equipas poderem transmitir instruções sobre a forma como devem abordar a competição. Por vezes ouvimos instruções codificadas para mudar os parâmetros da viatura, são enviadas informações sobre a situação da corrida e, como já ouvi, dão-se mesmo instruções de locais onde devem começar a acelerar, modo de entrar em curva, ou seja, estão a meter-se naquilo que deveria ser o trabalho do piloto. É pois aqui que surgem as polémicas. As telemetrias estão cada vez mais a substituir-se ao "feeling" dos pilotos e são mais tidas em conta do que as opiniões destes. Os mais céticos, prognosticam que dentro de pouco tempo, os carros de F1 serão autênticos "drones" com uma pessoa sentada lá dentro, com quase tudo a ser comandado da parede da box, com um "joystik"

Do meu ponto de vista, cabe aos promotores do espetáculo, que é a F1, regular estas situações, não deixando a tecnologia invadir o espaço reservado ao mais dotados. Se, já hoje, os pilotos são escolhidos porque a sua nacionalidade assegura maiores audiências, num futuro próximo os pilotos passarão também a ser escolhidos pelo seu "sex appeal", para por exemplo cativarem mais público do sexo oposto.

Para finalizar permitam-me parafrasear o Zé Miguel Barros, num dos seus comentários na SPORTV: "… esta situação não é melhor nem pior do que antigamente, é apenas diferente…". É pois com estas diferenças que o negócio da F1 deve continuar a evoluir.

Paulo Almeida
 
 
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