Quatro Rodas
As ajudas
Já
há alguns anos que tenho facebook. O meu mural está repleto de
informações e histórias do mundo automóvel. Como tenho alguns
contactos do lado espanhol, chegam-me muitas histórias em que estão
envolvidos pilotos espanhóis.
Recentemente foi-me "postado" um
vídeo em que Vettel era parodiado, pelas queixinhas que fez via
rádio durante uma luta que manteve com o Alonso no grande prémio da
Grã-Bretanha em Silverstone. Foi mesmo uma batalha das antigas a
que também pude assistir pela TV, ouvindo em quase direto as
reações dos intervenientes, pelas conversas divulgadas durante a
transmissão. Os carros ultrapassaram-se mutuamente e estiveram
algumas vezes lado a lado, quase se tocando. As coisas só não deram
para o torto, devido à experiência e à confiança mútua dos
intervenientes, apesar de serem grandes adversários.
Ao longo do tempo houve outras
"batalhas míticas" que foram ficando gravadas na nossa memória. Os
seguidores mais interessados, não podem esquecer o duelo Arnaux
versus Villeneuve no grande prémio de França em 1979. Nessa altura,
a falta de tecnologia, privou-nos de assistir em direto às reações
dos pilotos a quente.
Digamos que esta coisa de
ouvirmos os pilotos durante as corridas, até trouxe algum sal e
pimenta nas transmissões televisivas. No entanto estas conversas
via rádio, introduziram uma outra situação que vem merecendo
críticas de alguns sectores de opinião. Estou-me a referir ao facto
de que, quer nos treinos, quer na prova, as equipas poderem
transmitir instruções sobre a forma como devem abordar a
competição. Por vezes ouvimos instruções codificadas para mudar os
parâmetros da viatura, são enviadas informações sobre a situação da
corrida e, como já ouvi, dão-se mesmo instruções de locais onde
devem começar a acelerar, modo de entrar em curva, ou seja, estão a
meter-se naquilo que deveria ser o trabalho do piloto. É pois aqui
que surgem as polémicas. As telemetrias estão cada vez mais a
substituir-se ao "feeling" dos pilotos e são mais tidas em conta do
que as opiniões destes. Os mais céticos, prognosticam que dentro de
pouco tempo, os carros de F1 serão autênticos "drones" com uma
pessoa sentada lá dentro, com quase tudo a ser comandado da parede
da box, com um "joystik"
Do meu ponto de vista, cabe aos
promotores do espetáculo, que é a F1, regular estas situações, não
deixando a tecnologia invadir o espaço reservado ao mais dotados.
Se, já hoje, os pilotos são escolhidos porque a sua nacionalidade
assegura maiores audiências, num futuro próximo os pilotos passarão
também a ser escolhidos pelo seu "sex appeal", para por exemplo
cativarem mais público do sexo oposto.
Para finalizar permitam-me
parafrasear o Zé Miguel Barros, num dos seus comentários na SPORTV:
"… esta situação não é melhor nem pior do que antigamente, é apenas
diferente…". É pois com estas diferenças que o negócio da F1 deve
continuar a evoluir.