Exames Nacionais
Notas tramam engenharias
O presidente do Instituto Politécnico de
Castelo Branco, Carlos Maia, considera muito preocupante o facto
dos resultados dos exames do 12º
ano em matemática terem uma taxa de reprovação superior ao
ano anterior. Em declarações ao Ensino Magazine, o presidente do
IPCB mostra-se preocupado com o acesso a cursos importantes como os
das engenharias.
"As reprovações a Matemática A
foram de 22% enquanto no ano passado foram de 20%. Também a nota
média desceu em relação a 2013. Passou de 8,2 para 7,8", começa por
explicar. Para o presidente do IPCB "é extraordinariamente
preocupante que se comece a aceitar como normal que as médias dos
exames nacionais se situem nestes valores. Em qualquer país do
mundo com um sistema de ensino organizado estes resultados terão de
constituir sempre uma preocupação. Mas com a regularidade com que
se vêem verificando em Portugal, há o risco elevado de começarmos a
achar que tem de ser assim, e que não pode ser de outra
maneira".
Carlos Maia considera que "há um
trabalho de fundo que tem de ser feito e que obrigatoriamente tem
de dar resultados. Terá de haver uma adequação do nível dos
conteúdos e da exigência e rigor da lecionação das disciplinas ao
que se vai exigir nos exames. Deve haver uma relação clara entre o
que se passa durante o ano letivo e no final do ano letivo, nos
exames. Se assim acontecer, vamos ter melhorias significativas das
notas dos exames nacionais, as quais devem traduzir o mais
fielmente possível o grau de conhecimentos dos alunos".
No entender do presidente do
Politécnico, "os resultados agora conhecidos dos exames nacionais
vão ter repercussões bastante negativas nas entradas no ensino
superior do próximo ano letivo, nomeadamente nos cursos que exigem
estes exames, como é o caso das engenharias. Não adianta, por isso,
eleger a área das engenharias como uma das áreas prioritárias para
o desenvolvimento de Portugal, porque cada vez vamos ter menos
candidatos a esses cursos".
Para Carlos Maia "as engenharias
constituem uma prioridade para o crescimento do país, prioridade
assumida pelo governo e expressa na recomendação constante no
despacho orientador de fixação de vagas para 2014/15 no sentido de
ser privilegiada a afetação de vagas, por parte das instituições, a
cursos desta área". No entanto, diz, "com estes resultados dos
exames nacionais vamos assistir ao fenómeno inverso, isto é, menos
candidatos ao ensino superior, mais vagas por preencher, reduzida
procura dos cursos de engenharia e procura de cursos onde a entrada
é quase garantida mas com reduzida ou nula empregabilidade".