Idanha-a-Nova acolheu de 17 a 21 de julho a mais arrojada edição da Feira Raiana, a principal feira de cooperação transfronteiriça da Península Ibérica, organizada em parceria pelos municípios de Idanha-a-Nova e de Moraleja (Espanha).

Este ano o certame - que recebeu largos milhares de visitantes - associou a habitual temática "Produtos da Terra" ao facto de Idanha ter sido o primeiro município português a integrar a Rede Internacional de Bio-Regiões, um feito que comprova a atitude vanguardista deste Território UNESCO.

Em nome da organização, Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, afirmou que "a Feira Raiana está há 23 edições a dar o exemplo de como a cooperação transfronteiriça é importante para as populações e para o desenvolvimento rural sustentável. Este ano alargámos com grande sucesso a cooperação a uma escala global e tivemos connosco representações ao mais alto nível da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, do Governo Português e restantes países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e ainda da INNER - Rede Internacional de Bio-Regiões, com o objetivo muito concreto de promovermos uma transição para sistemas alimentares sustentáveis".

Durante cinco dias a Feira Raiana decorreu em simultâneo com o inédito FISAS - Fórum Internacional Territórios Relevantes para Sistemas Alimentares Sustentáveis, constituído por conferências e debates na Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova e na aldeia histórica de Monsanto, a mais portuguesa de Portugal.
Armindo Jacinto não tem dúvida sobre o sucesso desta estratégia: "A aposta no desenvolvimento sustentável tem trazido até Idanha uma dinâmica económica, social e cultural que se traduz em benefícios significativos para todos os idanhenses", realça. O autarca explica que "por Idanha estar na linha da frente em matérias de economia verde e de inovação no mundo rural, este município tem atraído talento e investimento para conseguir inverter o saldo migratório e contrariar o despovoamento".

Os números estão aí para o comprovar: pela primeira vez em 70 anos, Idanha-a-Nova está a atingir resultados positivos nos fluxos migratórios, ou seja, está a tornar positiva a diferença entre o número de pessoas que saem e aquelas que vêm viver para este concelho. Os frutos desta aposta resultam em mais riqueza e emprego.

Idanha tem uma visão de futuro
«Sinto com Idanha uma enorme intimidade porque este município simboliza exactamente aquilo que defendemos em Portugal: a visão de que é no presente que se constrói o futuro, sempre a pensar naqueles que cá estão e também nos que querem vir. Aqui partilham-se desafios e compromissos, entre a autarquia e os empresários do território".
Miguel Freitas, Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural

Semear tradição para colher inovação
«'Semear tradição para colher inovação' é um slogan feliz que já é associado a Idanha. O atual sistema alimentar precisa de ser alterado, para um modelo mais sustentável e mais saudável, e neste município têm-se tomado ações concretas que o tornam já hoje uma referência nacional e internacional, que só podemos aplaudir".
Luís Capoula Santos, Ministro da Agricultura

Idanha pode assumir vanguarda AGROalimentar
«Idanha-a-Nova é um lugar que nos surpreende a todos pelas suas iniciativas criadoras de desenvolvimento sustentável. (…) Quem sabe Idanha pode estar na vanguarda da promoção de dietas saudáveis, de práticas agrícolas sustentáveis e dos circuitos locais de produção e consumo alimentar".
José Graziano da Silva, Diretor-Geral da FAO