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Hidrogénio verde solar é aposta da Universidade de Évora

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A Universidade de Évora pode ter um papel importante no domínio da produção de hidrogénio verde por via fotovoltaica, através do Pólo de Évora da Infraestrutura Nacional de Investigação em Energia Solar de Concentração, e da sua Cátedra de Energias Reonováveis.

Isso mesmo ficou vincado na reunião entre o Diretor-Geral da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), João Bernardo, e os responsáveis da Cátedra Energias Renováveis da Universidade de Évora (CER-UÉ) e da Direção-Geral de Energia e Geologia.

No encontro realizado dia 28 de julho, João Bernardo, lembrou que "a importância do Hidrogénio como vetor de descarbonização de sectores como a Indústria e o transporte pesado poderá permitir uma penetração profunda das renováveis como fonte primária na matriz energética em linha com os objetivos expressos no Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC2030) e Roteiro para a Neutralidade Carbónica (RNC2050)".

Citado em nota enviada ao Ensino Magazine, Pedro Horta, titular da CER-UÉ, "enquadrou o tópico Hidrogénio Verde nas atividades, competências e estratégia da CER-UÉ. A partir de uma abordagem tecnologicamente "agnóstica" quanto à utilização do recurso solar no desenvolvimento de soluções para a descarbonização da economia, foram apresentadas duas formas de produção de hidrogénio verde solar: a eletrólise da água com base em sistemas de dessalinização e na produção solar fotovoltaica; e a pirólise da biomassa com base em reatores solares por via de sistemas de concentração".

Diz a mesma nota que "para ambas as vias - fotovoltaica ou térmica - foram disponibilizados indicadores quanto à maturidade das tecnologias, gama expectável de rendimentos de conversão Sol - Hidrogénio e de custos de produção e perspetivas de internalização das respetivas cadeias de valor na economia nacional. Este último aspeto, associado ao potencial de valorização que a utilização dos recursos de biomassa apresenta, mereceu especial interesse numa perspetiva de rentabilização do investimento estratégico do país como "early adopter" de tecnologias de produção de hidrogénio verde".
É neste cenário que a Universidade de Évora terá uma palavra a dizer: "a articulação de competências e atividades da Cátedra de Energias Renováveis com a temática do Hidrogénio Verde Solar foi expressa em áreas como o fotovoltaico, através de atividades de desenvolvimento de modelos de desempenho e previsão de produção de sistemas fotovoltaicos em rede, com diferentes tecnologias de armazenamento elétrico, desenvolvimento de algoritmos e sistemas de controlo, otimização de desempenho ou definição de especificações e de metodologias de monitorização de desempenho de sistemas de fotovoltaico flutuante".
Por isso, a instituição considera que a experiência e competências adquiridas pela Universidade nesta área, e "a operação de um eletrolisador com ligação a um sistema fotovoltaico autónomo prevista para a 2ª fase de operação do Pólo de Évora da INIESC - Infraestrutura Nacional de Investigação em Energia Solar de Concentração, permitem o desenvolvimento de atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D)  que abordem questões prementes no domínio da produção de hidrogénio verde por via fotovoltaica, como o impacto da flutuação da potência disponível no desempenho dos eletrolisadores, o desenvolvimento de campos solares offshore, a utilização de capacidade de armazenamento elétrico como elemento de controlo e a otimização de produção".

Na reunião participaram também a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, e os responsáveis executivos pelo protocolo, por parte da DGEG, Luís Gil, e da UÉ, Pedro Horta, Titular da Cátedra Energias Renováveis, para além de António Candeias, Vice-Reitor para a Investigação e Desenvolvimento da UÉ, e de especialistas da CER-UÉ no domínio dos sistemas térmicos e fotovoltaicos, Tiago Osório e Luís Fialho, e de especialistas em recursos endógenos de biomassa e ecossistemas florestais do MED - Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora, Nuno de Almeida Ribeiro e Constança Camilo Alves.

A Universidade adianta que "sobre a produção de hidrogénio por via da pirólise da biomassa em reatores solares, foram apresentadas atividades no domínio do desenvolvimento de óticas de concentração pontual e do seu potencial acoplamento a reatores solares, e a avaliação experimental do potencial termoquímico de diferentes amostras de biomassa para a produção de gás de síntese por via da pirólise e termólise".

Diz a instituição na mesma nota de imprensa, que "esta atividade, aprovada no âmbito do esquema de acesso a infraestruturas de investigação do projeto INSHIP (Integrating National Research Agendas on Solar Heat for Industrial Processes), é desenvolvida em parceria com o Instituto Mediterrânico para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) e terá lugar nas instalações do ETH Zurich. Esta ação destina-se à avaliação experimental do potencial termoquímico de diferentes amostras de biomassa para a produção de gás de síntese por via da pirólise e termólise. A seleção das amostras de biomassa foi realizada pelo MED, tendo em conta aspetos de disponibilidade e interesse de aproveitamento para a região do Alentejo".

Citado na mesma nota, Nuno de Almeida Ribeiro (MED) referiu as valências da equipa no desenvolvimento de metodologias para uma gestão sustentável de sistemas florestais, onde o aproveitamento da biomassa lenhosa será de extrema importância na prevenção de incêndios, no ordenamento da paisagem e na geração de capacidade de reinvestimento florestal.

Ficou ainda definida a organização de um seminário dedicado a este tema. "Face à visibilidade pública da opção fotovoltaico/eletrólise foi sugerido que esse seminário pudesse ser dedicado exclusivamente à discussão da pirólise da biomassa com base em reatores solares, incluindo os seus potenciais impactos ao nível da internalização da cadeia de valor e da geração de atividade na fileira agrícola e silvícola", diz a Universidade.

A reunião terminou com uma visita às instalações da Plataforma de Sais Fundidos da Universidade de Évora (EMSP - Évora Molten Salt Platform), que tem inauguração prevista para o próximo ano.

 
 
 
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