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Património Mundial e Imaterial da Cultura
Silêncio que se vai cantar o fado!

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O Fado foi aprovado como Património Mundial e Imaterial da Humanidade, no passado dia 27 de novembro, em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, durante a reunião do VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Assim que a decisão foi divulgada, ouviu-se, de seguida, a voz de Amália, que o presidente da Câmara de Lisboa já levava gravada no seu telemóvel. O Fado sucede assim ao reconhecimento, pelo mesmo Comité, do flamenco (2009) e do tango (2010) como património do mundo. Trata-se, sem dúvida, de uma excelente valorização para a língua e cultura portuguesas, com efeitos diretos previsíveis em áreas como o turismo e a economia.

O Ensino Magazine associa-se a esta distinção e, durante dois anos, em todos os números, apresentará, sob o título O Fado no Século XXI, uma síntese biográfica e ilustrada de um(a) fadista. Não será possível deixar aqui a imensidão deste mundo cada vez mais rejuvenescido quer em intérpretes, conceitos ou técnicas instrumentais. Hoje deixamos as imagens de 5 fadistas de gerações diferentes.

Uma das primeiras reações foi do presidente da República, Cavaco Silva, que afirmou que "O seu sucesso é também o sucesso de todos os que, ao longo de mais de um século, viveram, trabalharam, escreveram e cantaram o Fado. Estão de parabéns os fadistas, os poetas, os músicos, os compositores, os estudiosos e todos os que contribuíram para fazer do Fado uma melodia universal".

Carlos do Carmo com Anonio Vitorino de almeida.jpg

Também os fadistas manifestaram o seu contentamento como por exemplo Carlos do Carmo que afirmou à Lusa que a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade é "bastante relevante" para o futuro deste género musical. Mariza disse ao Jornal Económico que o Fado "(…) antes de ser um Património Imaterial da Humanidade é um património nosso e isto não o podemos esquecer. É de todos nós. De todas as pessoas que o acarinharam." Camané afirmou que "a principal consequência será a maior divulgação que o Fado terá", Ana Moura sempre considerou o Fado Património da Humanidade e a fadista Maria da Fé tem agora ainda mais força para cantar "até que a voz lhe doa".

Para nós o Fado não é apenas notícia agora. Sempre dedicámos um especial carinho a uma canção que há mais de duzentos anos e das mais variadas formas muitos portugueses vão identificando como sua. Por isso já aqui deixámos breves apontamentos sobre Kátia Guerreiro, Mafalda Arnauth, Maria João Quadros, D. Vicente da Câmara, Carminho, Cristina Branco, Amália Hoje, José Manuel Neto, Ana Sofia Varela, António Zambujo, António Chainho, Teresa Ventura, Cidália Moreira, Carmo Moniz Pereira, Teresa Salgueiro, Celeste Rodrigues, Luís Manhita, Anabela, Ana Moura, João Braga Santos, Dulce Pontes, Fados da República e, com grande destaque, Carlos do Carmo.

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Mas o natal está à porta e por isso aqui fica uma sugestão: Fados e Canções do Alvim (nome sugerido por Camané), lançado no final de setembro deste ano. Um trabalho lindíssimo do homem da viola que durante 25 anos acompanhou o mítico Carlos Paredes, mas também, entre outros e outras, Alfredo Marceneiro, Argentina Santos, Caetano Veloso, Amália Rodrigues, Pedro Caldeira Cabral, Pedro Jóia, José Afonso, Chico Buarque. Ao fim de mais de 50 anos de música o Mestre Alvim convidou para os Fados e Canções do Alvim (que compôs na íntegra), Carlos do Carmo, Ana Moura, Camané, Amélia Muge, Cristina Branco, Ricardo Ribeiro, Ana Sofia Varela, Vitorino, os irmãos Pedro e Hélder Moutinho, Carminho, Manuel Freire e Marco Rodrigues, entre muitos outros.

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Este projeto, que foi também um grande desafio/incentivo da sua companheira Rosarinho, começou por ser entendido como um tributo ao músico, que por sua vez o transformou numa homenagem a muitos dos artistas que tanto aprecia, proporcionando um autêntico encontro de gerações com muito do que há de melhor da música cantada e tocada em português.

Fados e canções a não perder. Boas Festas (apesar de tudo)!!!

João Vasco
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
João Vasco
 
 
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