Politécnico

Aniversário do Politécnico da Guarda
O país precisa dos politécnicos

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O presidente do Instituto Politécnico da Guarda; Constantino Rei, foi claro na sua intervenção no que respeita à reorganização da rede de ensino, recusando a ideia defendida pelo ex-ministro, David Justino, de que os politécnicos da Guarda e de Castelo Branco poderiam estar sob o chapéu da Universidade da Beira Interior.

Perante o secretário de Estado do Ensino Superior, aquele responsável foi claro ao rejeitar essa possibilidade: "a consequência imediata seria o encerramento de cursos e de escolas, o despedimento de professores e funcionários e um empobrecimento ainda mais acentuado das cidades da Guarda e de Castelo Branco".

Constantino Rei lembrou ainda que "as Instituições de Ensino Superior em geral, têm prestado relevantes serviços à comunidade, conseguindo, em particular no interior do país, fazer depender o desenvolvimento das comunidades locais e regionais da existência do ensino Politécnico".

Na sua perspectiva, "tem sido através dos Institutos Politécnicos que se tem tentado conseguir repor alguma justiça social ao nível das várias regiões do País pela possibilidade de formação de jovens, com capacidades, mas sem poder económico para se deslocarem para centros universitários, impedindo a desertificação do interior pela frequência de cursos e pela instalação de setores económicos ligados à indústria, comércio e serviços".

No entender de Constatino Rei, "a reorganização, seja ao nível dos cursos oferecidos, das vagas e da rede de estabelecimentos de ensino superior, sendo necessária e desejável, deve contudo obedecer a alguns princípios". O presidente do IPG diz que "é urgente a clarificação e diferenciação da missão dos subsistemas. A reorganização da oferta formativa, deve ser efetuada colocando ambos subsistemas (politécnico e universitário) numa base de princípios de igualdade e de oportunidades para os dois sistemas e do reforço da dignidade do ensino superior".

Para o presidente do IPG, "qualquer reorganização restrita a determinado subsector ou efetuada numa base local ou regional, ou ainda assente em critérios de mera racionalidade económica, apenas terá como resultado o reforço do centralismo e da concentração demográfica em torno dos grandes centros urbanos. A reorganização deve pois potenciar a fixação de populações e o desenvolvimento do interior", sublinha.

Constantino Rei revela ainda que "o processo de reorganização da oferta e da rede não pode ser deixado ao livre arbítrio das lógicas de mercado, onde o poder dos mais fortes certamente imperará: o Estado não se pode pois demitir do seu papel de coordenação e regulação do sistema, e por isso, sem prejuízo das iniciativas que livremente as instituições de per si, possam considerar, deve caber ao Estado a iniciativa e a coordenação do processo, em estreito diálogo e articulação com as Instituições, mas protegendo o interesse público e promovendo o desenvolvimento equilibrado e sustentado do país no seu todo".

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A concluir, o presidente do IPG lembrou que "o orçamento total do conjunto dos Institutos Politécnicos do interior do país (Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Beja) representa apenas 9,1% do orçamento do ensino superior".

O aniversário do Instituto Politécnico da Guarda foi ainda aproveitado para a entrega das bolsas de mérito aos melhores alunos da instituição por parte do Ensino Magazine, BES e do Banco Santander Totta.

 
 
 
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