Politécnico

Politécnico de Leiria
Soares elogia instituições

soares.jpgO antigo Presidente da República e ex-Primeiro Ministro de Portugal, Mário Soares, considera muito positivo o trabalho desenvolvido pelas instituições de ensino superior portuguesas. "Estou muito satisfeito com o que se passa nas nossas universidades e politécnicos, estamos a criar excelentes professores, profissionais e técnicos", disse aquele responsável durante a Oração de Sapiência que proferiu na cerimónia de Abertura Solene do Ano Lectivo 2011/2012 do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), que decorreu dia 17 de Novembro.

O antigo primeiro-ministro e presidente da República alertou, no entanto, para a necessidade de manter as condições de financiamento que permitem investir nesta formação de qualidade, evitando «cortes cegos, que põem em causa o bom funcionamento das instituições». A este propósito, Nuno Mangas, presidente do IPL, anunciou a criação de um Fundo de Apoio ao Estudante que, a par da política de apoio social que o IPL tem seguido, pretende assegurar que nenhum estudante deixará o IPL por falta de condições financeiras, «porque se trata de uma questão que transcende o foro pessoal, é uma questão social e até civilizacional, à qual temos de responder de uma forma firme e determinada».

O presidente do IPL recordou que este ano entraram para a instituição cerca de 4000 novos estudantes (2400 em licenciaturas; 850 em CET; e 750 em mestrados e cursos de pós-graduação). Nuno Mangas lembrou que "o número de mestrados em funcionamento aumentou, assim como o de pós-graduações. Somos hoje o maior instituto politécnico do País fora de Lisboa e do Porto, estamos entre as 10 maiores instituições portuguesas de ensino superior público, e somos a instituição de ensino, incluindo todas as universidades, que mais pedidos de registo de patentes nacionais submeteu". Os dados apresentados pelo presidente do IPL revelam que "o número de estudantes estrangeiros tem aumentado, ano após ano, e que o número de publicações científicas foi significativamente aumentado, o mesmo sucedendo com o número e dimensão dos projectos de I&D+i em que estamos envolvidos".

No seu discurso, o presidente do IPL abordou também a questão da reorganização da rede pública de ensino superior. "Muito se tem falado de fusões, de consórcios, de parcerias, e de possíveis cenários para a sua concretização. E, curiosamente, esta questão ganha particular relevância na medida em que os resultados das colocações do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, tal como sucedeu este ano, têm menos sucesso junto de algumas Instituições de Ensino Superior", disse aquele responsável.

Nuno Mangas sublinhou o facto das instituições de ensino superior fixarem as vagas antes de conhecidos os resultados das provas nacionais de ingresso nos cursos superiores. "Sempre que há um decréscimo na percentagem de aprovações nestas provas, o número de candidatos e de colocados no ensino superior baixa, como aconteceu este ano. Era muito importante perceber o porquê destas oscilações de ano para ano, perceber a razão porque tantos jovens com aproveitamento no ensino secundário não conseguem alcançar, pelo menos, a meta dos 9,5 valores nestas provas. Importa também analisar, separadamente, o acesso e ingresso nos cursos diurnos e nos cursos que funcionam em regime pós-laboral e a distância".

O presidente do IPL acrescentou: "se para os primeiros a via normal deve ser a do Concurso Nacional de Acesso, para os restantes, ou seja, os que funcionam em regime pós-laboral e à distância, entendo que o acesso se deveria fazer por concursos a nível local, em cada uma das instituições. Mais: muitas das vagas do Concurso Nacional de Acesso para cursos em regime pós-laboral são preenchidas por estudantes que não conseguiram ingressar no mesmo curso em regime diurno, desvirtuando-se deste modo a sua finalidade".

No entender de Nuno Mangas, "Portugal tem hoje uma rede pública de instituições de ensino superior que, nalgumas situações, poderá estar sobredimensionada, mas que constitui uma enorme mais-valia e um importante activo para o desenvolvimento do país. Foi e é esta rede de cursos e de instituições que permitiu alargar enormemente o acesso ao ensino superior, sobretudo por parte daqueles que têm menos recursos e daqueles que não tiveram oportunidade de o fazer enquanto jovens. Mais do que encontrar soluções apressadas muito centradas em critérios de quantidade, importa estudar antes de agir. Ou, se quiserem, analisar de forma ponderada e informada a actual rede de cursos e instituições e a partir desta, fomentar, incentivar e promover a ajustada reorganização".

Na cerimónia mereceram ainda destaque a intervenção de Joel Rodrigues, representante das associações de estudantes do IPL, que falou sobre o que é ser estudante, e incentivou os seus colegas a serem «estudantes, amigos e solidários»; e, ainda, a entrega dos diplomas de mérito aos estudantes com melhor desempenho académico no passado ano lectivo, e o reconhecimento dos colaboradores, docentes e não docentes, com mais de 25 anos ao serviço do IPL.

 
 
 
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