Motor

Quatro rodas
Atacar a mediocridade

Paulo AlmeidaTodos os anos, por esta altura, o foco do desporto automovel nacional, passa das pistas para os gabinetes. Estamos pois na época da definição dos calendérios para o novo ano.

A elaboraçao dos calendários tem sido um jogo de forças, em que cada clube organizador tenta execer o seu poder lobista junto da federação para tentar organizar as suas provas, nos melhores campeonatos e conseguir as melhores datas. Situação inteiramente legítima.

Para tentar regular estes interesses, a entidade federativa chegou a estabelercer regras para entrada e saída de clubes, na organização de provas para determinados campeonatos, baseadas nos relatórios dos observadores que envia a cada organizaçao. Assim, um clube que tivesse organizado uma prova de um campeonato regional, com boa prestação, poderia aspirar a entrar para um campeonato nacional e vice versa. Sabendo-se das ligações dos observadores a alguns clubes e da capacidade lobista (dos clubes estabelecidos) junto dos orgãos diretivos, constatamos que desde há anos, nos principais campeonatos, temos quase sempre os mesmos clubes organizadores.

Poderei por ventura estar a ser injusto nesta análise e os clubes que sempre estiveram nos campeonatos de topo serem efetivamente os melhor preparados para organizar essas provas, o certo é que, por vezes, saltam para a comunicação social erros graves de organizadores, que impavidamente continuam com lugar cativo nos principais campeonatos.

Concluo pois que esta "fórmula" não tem funcionado, para o bem do desporto automóvel.

motor cópia.jpgAparece agora um novo ator, neste ambiente em que cada clube se tenta colocar na melhor posição para defender os seus "territórios". Mais propriamente, no campo dos ralis surge uma associação de organizadores com seis membros, com intenções comunicadas. Trata-se da ACOR, Associação de Clubes Organizadores de Ralis.

Espero pois que a ACOR não seja apenas uma associacção criada para "defender o flanco" dos 6 clubes que a criaram, mas que possa evoluir para algo mais executivo e pedir à federação que nela delegue a organização dos campeonatos. Não estamos pois numa fase de defender o que quer que seja, mas sim de atacar. Sim atacar. Atacar a mediocridade em que caiu o campeonato português de ralis, onde nas últimas provas houve menos de 10 inscritos.

Meus senhores, é preciso trabalhar para se construir uma estrutura profissional que consiga gerir e evoluir o campeonato. Para isso, em vez de ter um presidente que perceba muito de ralis, temos que colocar na ACOR um dirigente executivo com provas dadas no marketing desportivo. A ser assim, será esta uma excelente notícia o aparecimento da ACOR.

Desejo pois uma longa e promissora vida à nova ACOR, a bem do desporto automóvel. Vou estar atento.

Paulo Almeida
 
 
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