Politécnico

IPG em aniversário
Politécnico da Guarda mostra o seu valor

aniversario_ipg2 cópia.jpgO Instituto Politécnico da Guarda tem um impacto significativo na região em que está inserido, o qual no ano de 2011, é de 24 milhões 648 mil 508,01 euros. Os números foram apresentados pelo presidente da instituição durante mais um aniversário do IPG, o qual se realizou no passado dia 3 de Dezembro. Constantino Rei, num discurso abrangente, demonstrou a importância do IPG no desenvolvimento da região em que está inserido.

Os números resultam de um estudo efetuado pelo próprio instituto. "Este valor corresponde a 1,6% do PIB de toda a região da Guarda (SE+BIN). Salienta-se assim que cada euro gasto pelo Estado português no financiamento do IPG produz um efeito multiplicador, e gera 2,01 euros de atividade económica na região. Em 2011, estima-se que o número de indivíduos com atividade profissional atribuída à presença do IPG situava-se entre 7,3% e 10,9% da população ativa do distrito da Guarda", disse.

O presidente do IPG lembra que o estudo, cujos resultados finais serão apresentados a curto prazo, "visou também tirar conclusões sobre a valorização do capital humano. Assim, concluiu-se que, em valor total, os graduados pelo IPG, vão contribuir durante a sua vida ativa para os rendimentos do Estado na forma de impostos, com um total de 8 milhões 267 mil 368,89 euros. De acordo com os dados apresentados, o estado receberá aproximadamente sete milhões de euros provenientes do concelho da Guarda e 1,3 milhões de euros do concelho de Seia, devido exclusivamente aos graduados do IPG que permaneçam nas duas regiões. Se para além desta região considerarmos ainda a região Centro como contributiva e que retém 34% dos graduados pelo IPG, o impacto é ainda mais marcante".

Constantino Rei salientou ainda que "estes valores têm apenas em consideração os alunos que permanecem na região e que responderam ao inquérito. Se tivermos em atenção ainda os alunos que se graduarão nos anos posteriores a 2011, os impostos totais a receber pelo Estado serão bastante superiores".

O presidente do IPG explica que com este estudo pretende-se, sem demagogia, "mas com rigor e objetividade, sensibilizar e tentar convencer aqueles que ainda pensam que temos ensino superior a mais e pouco IPG. Temos consciência que muito há ainda para fazer, mas não podemos menosprezar o que já fizemos".

No seu discurso, Constantino Rei disse existir a convicção, "sobretudo entre os responsáveis políticos com poder de decisão e também nos meios institucionais mais informados, uma perceção clara que qualquer reforma ou reorganização do ensino superior em Portugal não pode ser feita com base no encerramento de instituições de ensino superior e muito menos visando as instituições de ensino superior do interior do país".

O presidente do IPG relembrou que "as instituições de ensino superior do interior do país são absolutamente vitais para manter alguma coesão das regiões e não aprofundar ainda mais o fosso litoral-interior. Não são os poucos milhões que o Estado aqui gasta que resolverão os problemas de défice do país, nem estas instituições são geradoras de défices, antes pelo contrário: são instituições dinâmicas capazes de gerar riqueza e puxarem pelo país. É verdade que existem problemas, mas eles são transversais a toda a sociedade e a todos os setores. Não podemos contudo acordar dia após dia nesta esquizofrenia coletiva de que tudo está mal, que vamos morrer ou que alguém nos vai liquidar e por isso não vale a pena esforçarmo-nos. Mais do que discutirmos os mais tenebrosos cenários, procuremos antes as soluções, sejamos imaginativos e criativos, fortes e ousados, humildes e trabalhadores".

Sobre o número de candidatos ao ensino superior, Constantino Rei diz estar-se perante um novo desafio e um novo público alvo. "Há cada vez mais jovens a concluírem o ensino secundário através de cursos profissionais e cada vez menos jovens que concluem o ensino secundário regular. O desafio que se nos coloca é pois o seguinte: se há um desvio do ensino regular para o ensino profissional e um crescente aumento deste, se é intenção do governo promover ainda mais o aumento desta via de ensino, não estaremos aqui perante um novo público alvo para o ensino superior, em especial para o ensino politécnico que melhor e mais naturalmente se poderá afirmar na fileira deste tipo de ensino? Não devemos pensar em novas formas de acesso para estes jovens que, seja por força de um sistema chamado "provas de ingresso", seja por abandono, acabam, muitos deles, por não prosseguir estudos?".

Constantino Rei, esclareceu que a ideia não é "de os Institutos Politécnicos ministrarem os atuais cursos profissionais de ensino secundário, mas antes de explorarmos esta fileira como uma oportunidade para o ensino superior politécnico captar mais jovens".

 
 
 
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