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Natal é quando…

its-a-wonderful-life-3 cópia.jpgJá aqui escrevemos sobre os filmes sobre ou em que o Natal é tema. E este ano não resistimos a voltar ao tema. Estamos, apesar da malfadada crise, em plena época natalícia. E se não fosse caso disso, a exibição de "O Amor Acontece" (Love Actually, 2003), de Richard Curtis, já o referi, uma fabulosa comédia, aí está mais uma vez para não esquecermos a quadra. Aliás os filmes à volta do Natal são um filão, nem sempre bem aproveitado, é claro, mas do qual podemos extrair um bem nutrido lote de boas películas. Podemos começar por versões do intemporal "Conto de Natal" de Charles Dickens, do fiel "Scrooge", de Henry Edwards, de 1935, com Sir Seymour Hicks como Scrooge, à também britânica de Ronald Neame, de 1972, em que o velho avarento é Albert Finney, acolitado por um fantasmagórico Sir Alec Guiness, passando pela notável "The Muppet Christmas Carol", de 1992, com um muito humano Michael Caine como Scrooge. Se a história de Dickens é um hino ao espírito natalício, que dizer do filme de Frank Capra, "Do Céu Caiu Uma Estrela" (It's a Wonderful Life, 1946), seguramente o filme mais passado no Natal pela televisões, apesar de ultimamente ter perdido para o de Curtis. "De Ilusão Também Se Vive" (Miracle on 34th Street, 1947), de George Seaton, é outro dos grandes clássicos dos contos da Natal, quando Maureen O'Hara e a sua filha, uma pequena Natalie Wood, num dos seus primeiros filmes, recebem a visita de um velhote que diz ser o Pai Natal, papel que valeu a Edmund Gwenn o Oscar de Melhor Actor Secundário.

Podemos ainda enumerar um sem número de filmes em que o tema é recorrente. Um deles é "How The Grinch Stole Christmas",2000, de Ron Howard, sobre a popular personagem criado por Dr. Seuss, o monstro verde, personificado por Jim Carrey, a quem a alegria dos habitantes da cidade pelo Natal o intrigava e que ao chegar a Whoville para dar a sua visão pessoal do Natal, conhece a pequena Cindy Lou Who, com algumas dúvidas sobre o acontecimento; noutro registo "Santa Claus: The Movie", 1985, de Jeannot Szwarc, com Dudley Moore, um dos muitos Santa Claus movies, alguns tão estapafúrdios como "Santa Claus Conquers the Martians", 1964, de Nicholas Webster, e "Sozinho em Casa", de Chris Columbus, 1990, ou como uma família que vai passar o Natal a Paris se pode esquecer de um filho em casa, o puto gostou da aventura e quis repetir noutro Natal, fita exaustivamente repetida nos nossos pequenos écrans.

Natal diferente é também o de Jack no "O Estranho Mundo de Jack", um filme de animação realizado por Tim Burton em 1993, em que rapta o Pai Natal e transforma os brinquedos em pequenos monstros. Um verdadeiro pesadelo antes do Natal. Pesadelo é também o que passa Arnold Schwarzenneger em "Jingle All The Way", 1996, de Brian Levant, à procura dum há muito esgotado boneco Turbo Man, na véspera de Natal, que havia prometido ao filho. Um dos filmes para a época, mas com pouca graça.

Claro que as séries de televisão não poderiam deixar de assinalar a data. Só para referir algumas, em "The Office", todas as épocas há uma festa de Natal na empresa. " Christmas Party", em 2005, com Michael a quebrar uma regra do escritório e, para animar o pessoal, compra umas garrafas de vodka; ou em 2006 "A Benihana Christmas", com duas festas de Natal em competição e Michael a não querer que haja festa porque rompeu com a namorada. Por seu lado também os "Ficheiros Secretos" assinalaram a data com "How The Ghosts Stole Christmas", de 1998. "Mad Man", em 2010, com "Christmas Comes But Once a Year", perante mais um aperto de tesouraria, para impressionarem um cliente de peso, a Lucky Strike, no tempo em que se fumava à grande nos filmes, e não só, avançam para uma festa em grande. Podíamos percorrer aqui quase todas as séries de que nos lembramos pois em todas elas há um episódio dedicado ou especial para o Natal. De "Friends", a "O Meu Nome é Earl", de "Os Sopranos" a "Sobrenatural", passando por "Alf" ou pelas séries de animação como "Os Simpsons" ou "Charlie Brown" que já em 1965, desgostoso com o consumismo da quadra, Charlie Brown que conhecer verdadeiramente o significado do Natal"!

Sendo caso disso, bons filmes, e Feliz Natal e Bom Ano Novo!

PS: Morreu no passado dia 5 um grande nome do Jazz: Dave Brubeck. Posso dizer que sem "Take Five", a minha iniciação no género teria sido seguramente mais tardia. Pianista, compositor, com o seu Dave Brubeck Quartet, principalmente com a formação mais sólida, com Paul Desmond, no sax alto, Eugene Wright, no contrabaixo e Joe Morello na bateria, além de outros, deu-nos esse álbum icónico, "Time Out", onde consta aquele tema, que para além de outros como "Blue Rondo a la Turk", "IRremembre You" ou "Three To Get Ready", abrilhantaram as bandas sonoras de dezenas de filmes, de" Paragem no Bairro Boémio" (Next Stop, Greenwich Village), de Paul Mazursky, a "Ana e as suas Irmãs", de Woody Allen, ou, para citar só esta, da série "Sete Palmos de Terra".

Luís Dinis da Rosa
 
 
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