Politécnico

Aniversário do IPG
Politécnico da Guarda com qualidade

guarda cópia.jpgO sistema de interno de garantia de qualidade do Instituto Politécnico da Guarda deverá ser acreditado a curto prazo. Essa foi uma das mensagens deixadas pelo presidente da instituição, Constantino Rei, durante mais um aniversário do IPG.

Naquele que foi o seu último discurso enquanto presidente, como referiu, Constantino Rei lembrou que tem vindo a trabalhar nesse sistema há mais de três anos. "As conclusões que ontem nos foram oralmente transmitidas, conferem-nos legitimas expectativas de que, dentro de poucos meses, e cumpridos os procedimentos administrativos formais, o IPG passará a ser o segundo Instituto Politécnico do país a ter o seu Sistema de Garantia de Qualidade acreditado pela A3ES", disse.

Constantino Rei viu também apresentado o estudo sobre a influência do IPG na região, em especial nos concelhos da Guarda e Seia, onde o politécnico está implantado. "O impacto total nos negócios locais atingiu os 29,6 milhões de euros", é referido no mesmo estudo, que acrescenta que por cada euro gasto pelo Estado no IPG são gerados 2 euros de atividade económica na região.

No seu discurso, Constantino Rei criticou ainda os acordos-quadro, que obrigam as instituições como o IPG a adquirir os seus bens na plataforma do estado, mais caros do que no mercado e, em especial, na economia regional. Numa outra perspetiva, Constantino Rei abordou a questão da qualificação do corpo docente das instituições: "não se compreende como é que, em particular desde 2006, fomos empurrando e forçando os nossos docentes a obterem o grau de doutoramento, porque ele se constituiu como requisito para a entrada na carreira e determinante para a acreditação dos cursos pela A3ES, mas agora se pretendam alterar os rácios, os quais, para serem cumpridos, nos obrigarão a despedir professores doutorados nos quais todos investimos, para contratar outros profissionais menos qualificados existentes no mercado do trabalho: não é possível passar do 8 para o 80 para depois regressar ao 8!".

Os cursos superiores de curta duração também não fugiram às críticas de Constantino rei. "Não se compreende como é que, passados mais de 6 meses sobre a emissão de parecer, pelo CCISP, relativo ao projeto de diploma que visa criar os hoje muito falados Cursos Superiores Especializados, não saibamos praticamente nada. Por outro lado, foi com perplexidade que ouvimos o Secretário de Estado referir que estava a tentar consolidar a designação para estes cursos, sendo que a designação que estava em cima da mesa era a de Técnicos Superiores Profissionais".

Num discurso onde o presidente do IPG demonstrou alguma desilusão e revolta sobre o modo como o ensino superior em Portugal está a ser orientado, Constantino Rei falou também da questão orçamental: "É frustrante que, à data de hoje, a menos de um mês do fim do ano, não saibamos qual é o orçamento do ano de 2013! Quem pode planear assim? O mais grave é concluirmos que, usando uma expressão popular, 'o crime compensa'".

Sobre a reorganização da rede de ensino superior em Portugal, Constantino Rei lembrou "que a criação de órgãos regionais de coordenação só deve ser equacionada como um corolário das orientações (e decisões) de âmbito nacional que devem ser emanadas por um órgão nacional (CCES), validadas pela tutela. (…) É pois para mim absolutamente claro que, consórcios, acordos, articulação regional entre instituições, só por si não são solução (mas podem fazer parte da solução), muito menos ao nível das microrregiões que foram introduzidas no Despacho Anual de vagas".

No entender daquele responsável, "o reforço do papel das instituições de ensino superior (…) exige novas respostas que possam permitir alcançar um novo paradigma de desenvolvimento.

As opções estratégicas definidas no quadro das políticas públicas, nomeadamente para o próximo quadro comunitário de apoio, e que na região assentarão na recém-criada Comunidade Intermunicipal da Beira e Serra da Estrela, representam uma oportunidade única para o futuro da região".

Para o presidente do IPG, "a construção e a consolidação de parcerias entre instituições do ensino superior, a integração e fusão de instituições e o respetivo redimensionamento poderão ser vias conducentes a uma melhor qualidade e eficácia da rede nacional de ensino superior. Todavia, as parcerias, para poderem ser eficazes, constroem-se: não se impõem, seja por agentes externos, como o seja a tutela, seja por uma das partes, em geral a mais forte".

A este propósito, o novo presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, lembrou que é necessário agir, mostrando-se disponível para colaborar numa solução. Ainda assim alertou para os perigos de se darem passos maiores que a perna, pois importa saber claramente aquilo que a tutela pretende fazer.

 
 
 
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