Novo software na UTAD
Videiras em bytes
O Centro
de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas, da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, acaba de apresentar um
método que identifica e classifica variedades de videira, com
recurso a uma imagem hiperespectral da folha da planta.
"É um processo simples e
automático: através de uma câmara hiperespectral, que mede vários
comprimentos de onda, captamos o espectro da planta e passamos essa
informação para o software, que converte os dados utilizando
métodos matemáticos avançados e permite identificar variedades de
videira", explica o investigador Pedro Melo-Pinto.
A imagem captada fornece mais
informação do que uma fotografia normal. "Em vez de vermos três
comprimentos de onda, (verde, azul e vermelho) vemos mil bandas de
comprimentos de onda, o que nos oferece, além de mais dados, mais
precisão e rigor", acrescenta.
Atualmente, existem três técnicas
de identificação de variedades de videira: ampelografia, processos
químicos baseados em isoenzimas e análises de ADN. Todas exigem que
os ensaios sejam realizados por profissionais com muita experiência
que, além de demorados, não permitem uma identificação rápida de um
grande número de exemplares. São também, por todas estas razões,
técnicas caras.
No futuro, os investigadores do
centro envolvidos no projeto, Pedro Melo-Pinto e Armando Fernandes,
esperam ainda que o método possa vir a expandir-se a outras áreas
agrícolas, numa tendência crescente de técnicas mais simples e mais
próximas dos utilizadores e com características mais vantajosas do
que as metodologias atuais dos laboratórios.