Ministério vai inquirir diretores sobre concursos de professores
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) vai pedir aos
diretores escolares que respondam a um inquérito que permita aferir
a sua "sensibilidade aos problemas do ano passado" com os concursos
de professores, adiantaram as associações de diretores.
O inquérito, que deverá chegar aos diretores escolares até final
de janeiro, já foi "testado" pelos responsáveis das duas
associações de dirigentes escolares e "visa recolher informação ao
processo de colocação de professores em 20014-2015", incluindo a
Bolsa de Contratação de Escola (BCE), na origem de vários erros de
colocação de docentes e de atrasos no início do ano letivo a
algumas disciplinas para milhares de alunos.
O MEC adiantou apenas que "tem vindo a desenvolver um conjunto
de procedimentos internos, também relacionados com os concursos de
professores, tendo em vista a preparação atempada do próximo ano
letivo".
Na reunião com a nova diretora geral da Administração Escolar,
em dezembro, os representantes da Associação Nacional de Diretores
de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e Associação Nacional
de Dirigentes Escolares (ANDE), puderam, por exemplo, responder a
questões sobre as aplicações informáticas, a sua simplicidade e
clareza, ou sobre a eficácia da resposta da Direção Geral da
Administração Escolar (DGAE) aos problemas detetados.
Para Manuel Pereira, presidente da ANDE, o inquérito não é de
grande interesse para as escolas e diretores, e é apenas "útil do
ponto de vista da administração escolar".
De acordo com o presidente da Assembleia Geral da ANDAEP,
Adelino Calado, que reuniu em nome desta associação com a DGAE, o
teste ao modelo de inquérito permitiu detetar "duas ou três
perguntas que não faziam sentido para os diretores, porque só a
administração teria resposta para elas", para além de permitir
sugestões de melhoria.
A ANDAEP sugeriu um novo modelo de BCE, tendo por base aquele
que foi usado nos concursos de 2013, introduzindo-lhe apenas
algumas alterações.
Adelino Calado defende que o modelo de uma lista ordenada de
professores é o que melhor serve os interesses das escolas, e o que
cria menos problemas, mas em vez de apenas serem libertadas às
escolas tranches de cinco nomes de candidatos para entrevistas, a
associação defende que estas devem ter 20 candidatos, poupando
tempo aos diretores, e alargando a margem de probabilidade de
encontrar um candidato adequado às funções.
"Foi a primeira vez que a DGAE quis ouvir os diretores e isso é
excelente", declarou o dirigente da ANDAEP.
De acordo com o responsável associativo, a nova diretora-geral
mostrou-se ainda "muito sensível" para o calendário proposto pela
ANDAEP para fechar turmas e colocar professores para o próximo ano
letivo.
A associação quer que as escolas enviem para os serviços do MEC
a lista de turmas a abrir no próximo ano letivo até ao final de
maio, início de junho, de forma a permitir que a DGAE tenha a rede
escolar fechada até final de julho e que os professores possam ser
colocados até 31 de agosto.