O Ministério da Educação e Ciência
(MEC) afirmou que está a trabalhar com a secretaria de Estado
Administração Pública para a revisão da portaria que define o
número de funcionários que cada escola deve ter.
A Federação Nacional dos Sindicatos
dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) enviou
uma carta ao ministro da Educação criticando a falta de pessoal não
docente nas escolas e ameaçando com greve, caso a situação se
mantenha.
Na carta, enviada dia 6 de
janeiro, a FNSTFPS alerta para a falta de pessoal não docente
nas escolas de ensino básico e secundário e acusa o Ministério da
Educação e Ciência (MEC) de tentar resolver este problema
recorrendo a contratos de trabalho "à hora, por semanas, meses ou
pelo período do ano letivo".
A federação considera esta opção
ilegal uma vez que as pessoas prestam funções de carácter
permanente mas têm contratos de trabalho temporários.
A FNSTFPS critica ainda o facto de
o ministério ainda não ter alterado o diploma que define o número
de funcionários que cada escola deve ter e "não promover a abertura
de procedimentos concursais para a admissão de pessoal", lê-se na
carta enviada para Nuno Crato com conhecimento dos grupos
parlamentares e da comissão parlamentar de Educação, Ciência e
Cultura.
A primeira das nove reivindicações
da FNSTFPS é, precisamente, "a alteração da portaria de rácios, que
consagre os postos de trabalho que respondam às necessidades dos
agrupamento e escolas não agrupadas".
Exigem o fim do recurso à
contratação precária e aos contratos de Emprego de Inserção e
Inserção +, que se destinam a desempregados beneficiários de
subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego ou com
rendimento social de inserção.
A federação pede também a criação
de uma carreira específica para estes trabalhadores e a abertura de
concursos.
Outro dos temas que preocupa a
federação é o processo de transferência de competências para as
autarquias - municipalização do ensino - e por isso pedem "a
definição clara das competências das autarquias locais, nas escolas
dos concelhos que têm contrato de execução de funções relativas ao
ensino".
Na lista de exigências, exigem
ainda a reposição das 35 horas de trabalho semanal, contra as
autuais 40.
Garantindo que não irão desistir
das suas reivindicações, os trabalhadores dizem que vão usar "todos
os meios legais para lutar pela sua satisfação, incluindo a
greve".