Gente & Livros
Pepetela
Mas
foi numa aula de educação física, mais propriamente de vólei, que
surgiu a alcunha. Às tantas, o professor, irritado com a falta de
jeito ou de empenho do aluno, gritou:
- Jaime, salta. Salta com a bunda,
porra!
A partir daí, ficou Jaime Bunda
para toda a escola. De facto, as suas nádegas exageravam. Ele,
aliás, era todo para os redondos, até mesmo os olhos que gostava de
esbugalhar à frente do espelho, treinando espantos. A mãe é que não
gostou nada quando ouviu colegas tratarem-no assim, és um mole, não
devias deixar que te chamassem um nome ofensivo, mas ele encolheu
os ombros, a minha bunda é mesmo grande, vou fazer mais como
então?".
In Jaime Bunda, Agente Secreto
Vencedor do Prémio Camões em 1997,
Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos) nasceu em
Benguela, Angola, em 1941 e é autor de um conjunto significativo de
obras. É um dos escritores mais prestigiados do mundo da
lusofonia.
A Wikipédia refere que "a sua obra
reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas
que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra,
Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com
MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para libertação da
sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os
pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra.
Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao
longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão
existente em Angola depois da independência. A história angolana
antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e
pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji".
O seu lado satírico também lhe é
muito caro. Exemplo disso são os romances policiais Jaime
Bunda.
Docente na Universidade Agostinho
Neto em Luanda, Pepetela frequentou o Ensino Superior em Lisboa mas
acabou por licenciar-se em Sociologia, em Argel, durante o exílio.
Segundo a Wook, iniciou a sua actividade literária e política na
Casa dos Estudantes do Império. Como membro do MPLA, participou
activamente na governação de Angola, após o 25 de Abril.
O mesmo portal revela que "a partir
de 1984, foi professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e
tem sido dirigente de associações culturais, com destaque para a
União de Escritores Angolanos e a Associação Cultural Recreativa
Chá de Caxinde.
A atribuição do Prémio Camões
(1997) confirmou o seu lugar de destaque na literatura
lusófona".