Unesco aprova candidatura
O presidente do Instituto
Politécnico de Beja, Vito Carioca, emitiu este mês um comunicado
onde se congratula com o reconhecimento, por parte da Unesco, do
Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da
Humanidade.
"Foi com enorme sentimento de
orgulho que toda a comunidade académica do IPBeja recebeu a notícia
do reconhecimento do Cante Alentejano como Património Cultural
Imaterial da Humanidade, um reconhecimento da singularidade desta
dimensão cultural profundamente enraizada na nossa memória
coletiva", referiu aquele responsável.
A classificação do cante alentejano
como Património da Humanidade, decidida pela UNESCO, "ecoou" por
vários "recantos" do Alentejo, com autarquias e outras instituições
a congratularem-se pela distinção.
Para além do Instituto Politécnico
de Beja, também a Universidade de Évora, cuja reitora Ana Costa
Freitas acompanhou, em Paris (França), os trabalhos da Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),
manifestou "orgulho" pela inscrição do cante alentejano como
Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Trata-se de "um merecido
reconhecimento para esta manifestação tão singular da cultura
alentejana, que encerra em si séculos de história", argumentou a
reitora da academia, instituição que, em comunicado, agradeceu "a
todos aqueles que mantêm viva a tradição" desta prática
cultural.
Quanto ao poder local, vários foram
os comunicados enviados à Lusa por municípios alentejanos,
sobretudo do distrito de Beja, mas também do de Évora e do litoral
alentejano, a regozijarem-se com a proclamação do cante.
O município de Serpa, promotor da
candidatura, afiançou que "os grupos corais e demais população,
reunidos na Casa do Cante, exultaram e emocionaram-se" com a
decisão da UNESCO e lembrou que "o trabalho em prol da salvaguarda"
deste canto polifónico "está longe de estar terminado.
A Comunidade Intermunicipal do
Baixo Alentejo (CIMBAL) frisou que, com esta proclamação, "a
cultura do Alentejo ocupa um lugar de honra entre os grandes
valores da humanidade, graças à memória de um povo que soube
preservar a sua identidade cultural ao longo de séculos de
história".
A CIMBAL, que, "desde a primeira
hora, apoiou todos aqueles que acreditaram na possibilidade do
reconhecimento e esteve envolvida na comissão executiva que
apresentou a candidatura", prometeu continuar "profundamente
comprometida com a promoção, dignificação e salvaguarda dos valores
culturais do Alentejo".
A Câmara de Beja manifestou "a
maior satisfação" com a classificação do cante, qualificando-a
também como "o reconhecimento da importância da identidade cultural
alentejana", porque "é a alma" do Alentejo e das suas gentes que
"está em cada moda, em cada palavra, em cada instante em que se
canta".
O reconhecimento da UNESCO "é,
acima de tudo, a confirmação" do Alentejo "como um valor único",
referiu a autarquia, prestando homenagem ao cante e aos seus
detentores, os cantadores, aos quais agradeceu "por terem sabido
preservar" a tradição e, assim, "contribuir para a sua
salvaguarda".
A Câmara de Évora associou-se,
igualmente, aos festejos, com o autarca Carlos Pinto de Sá a
considerar que é "o Alentejo, no seu todo, que está de parabéns" e
que, agora, o cante alentejano "pertence a todos, é do mundo".
"É importante este reconhecimento
internacional do cante alentejano, como contributo para a sua
divulgação à escala mundial", mas "importa lembrar" que esta
prática cultural "é, há muito, um património identitário único,
genuíno e com enorme valor cultural para os alentejanos",
sublinhou.
Em Moura, a câmara manifestou a
intenção de continuar a apoiar o cante e realçou que a distinção
"vai contribuir para a salvaguarda, valorização e modernização do
cante, bem como para o desenvolvimento de projetos inovadores em
torno da música e do turismo".
O cante é "um dos grandes valores
da identidade do Alentejo", realçou, por seu turno, a Câmara de
Barrancos, enquanto, na outra "ponta" da região, o município de
Odemira, concelho onde existem vários grupos corais, disse
tratar-se de uma prática que é "a mais intensa e reconhecida forma
de expressão" da cultura alentejana.
Na Vidigueira, o município argumentou que o reconhecimento da
UNESCO "presta homenagem a todos os alentejanos" e vai tornar a
região do Alentejo "ainda mais atrativa em termos turísticos".