Para daltónicos
Minho cria lentes
O Centro de
Física da Universidade do Minho (CFUM), detentor do único
laboratório do país especializado em visão das cores, está a
desenvolver com um conjunto de técnicas de diagnóstico para
identificar os padrões e o tipo de daltonismo. Os trabalhos são
orientados para perceber como os daltónicos veem, no sentido de
criar num futuro próximo mecanismos que atenuem esta disfunção
visual através de mecanismos artificiais, nomeadamente lentes
coloridas ou iluminação adequada, que melhorem a discriminação das
cores nos daltónicos.
Um daltónico é um indivíduo com uma
anomalia genética que afeta os pigmentos que absorvem a luz ao
nível da retina, havendo diferentes níveis de daltonismo - desde os
que perdem 1% até aos que perdem até 50% dos cerca de dois milhões
de cores existentes. Por razões genéticas, "8,5% dos homens
portugueses (cerca de 400.000) têm alguma forma de daltonismo,
enquanto nas mulheres a taxa se fica por 1% (50.000)", afirma
Sérgio Nascimento, investigador responsável por esta unidade de
investigação.
Em termos científicos, a cura para o daltonismo ainda não
existe, apesar de já haver algum desenvolvimento de terapias
genéticas em animais, pelo que a investigação internacional
"concentra muitos dos seus esforços no diagnóstico e na
padronização de condições físicas artificiais que possibilitem uma
convivência dos daltónicos com as cores o mais amigável possível",
enfatiza o especialista.