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Bocas do Galinheiro
Um cinéfilo Feliz Natal

 

muppets28.JPGCom mais ou menos luzinhas, o Natal está aí. Depois das "inaugurações" das iluminações de norte a sul, ficamos à espera dos filmes alusivos à quadra que soem passar nas televisões. Já não é a primeira vez que abordamos o tema, mas, confesso, é irresistível.
Primeiro porque ultimamente não se fazem muitos filmes de Natal. Ele é o filão dos super-heróis, com a Marvel à cabeça, a invadirem tudo o que é sala de cinema, os tempos são de acção, não de contemplação e não se vislumbra nenhum super qualquer coisa animado de espírito natalício, ou lá perto. Eles estão cá mesmo para salvar a humanidade, seja lá do que for, preciso mesmo é aniquilar os maus.
Mesmo assim ainda dei conta de um filme de Natal este ano. Ainda não passou por cá, nem sabemos tão pouco se virá, mas para memória futura aqui vai: "Almost Christmas" (2016), de David E. Talbert, sobre uma família disfuncional que se reúne para o primeiro Natal depois da morte da mãe, com Kimberly Elise e Danny Glover. Mais uma comédia sobre o tema, com algum drama à mistura, como é bom de ver. Ficamos à espera que as televisões voltem à carga, e, pela enésima vez, passem os filmes do costume.
Ultimamente a camisola amarela tem ido para "O Amor Acontece" (Love Actually, 2003), de Richard Curtis, uma comédia romântica made in England. Mas, é sabido, os filmes à volta do Natal são um filão, bem aproveitado pelas televisões, é claro, mas do qual podemos extrair um bem nutrido lote de boas películas. Desde logo versões do intemporal "Conto de Natal" de Charles Dickens, da fiel "Scrooge", de Henry Edwards, de 1935, com Sir Seymour Hicks como Scrooge, à também britânica de Ronald Neame, de 1972, em que o velho avarento é Albert Finney, acolitado por um fantasmagórico Sir Alec Guiness, passando pela notável "The Muppet Christmas Carol", de 1992, com um muito humano Michael Caine como Scrooge. Se a história de Dickens é um hino ao espírito natalício, que dizer do filme de Frank Capra, "Do Céu Caiu Uma Estrela" (It's a Wonderful Life, 1946), seguramente o filme mais passado no Natal pela televisões, e não sou eu que o digo, em que o anjo Clarence, já com 293 anos, mas ainda sem asas, para as ganhar faz ver a James Stewart quão bom é viver e que ainda pode tornar aquele Natal o melhor da sua vida e dos que o rodeiam. Um milagre dá sempre jeito.
Depois, depois há um sem número de filmes em que o tema é recorrente. Um deles é "How The Grinch Stole Christmas",  2000, de Ron Howard, sobre a popular personagem criado por Dr. Seuss, o monstro verde, personificado por Jim Carrey, a quem a alegria dos habitantes da cidade pelo Natal o intrigava e que ao chegar a Whoville para dar a sua visão pessoal do Natal, conhece a pequena Cindy Lou Who, com algumas dúvidas sobre o acontecimento. Noutro registo  "Santa Claus: The Movie", 1985, de Jeannot Szwarc, com Dudley Moore,  um dos muitos Santa Claus movies, alguns tão estapafúrdios como "Santa Claus Conquers the Martians", 1964, de Nicholas Webster, e "Sozinho em Casa", de Chris Columbus, 1990, ou como uma família que vai passar o Natal a Paris se pode esquecer de um filho em casa, o puto gostou da aventura e quis repetir noutro Natal, fita exaustivamente repetida nos nossos pequenos écrans. Agora que o Trump foi eleito, se calhar temos que gramar com os dois. Ou não, vamos ver.
Natal diferente é também o de Jack no "O Estranho Mundo de Jack", um filme de animação realizado por Tim Burton em 1993, em que rapta o Pai Natal e transforma os brinquedos em pequenos monstros. Um verdadeiro pesadelo antes do Natal. Pesadelo é também o que passa Arnold Schwarzenneger em "Jingle All The Way", 1996, de Brian Levant, à procura dum há muito esgotado boneco Turbo Man, na véspera de Natal, que havia prometido ao filho. Um dos filmes para a época, mas com pouca graça.
Mas se quisermos apostar no filão da animação, não há série que não tenha o seu episódio natalício. Aí a escolha é quase infinita, de Charlie Brown que já em 1965, desgostoso com o consumismo da quadra, quer conhecer verdadeiramente o significado do Natal!, a "Mickey's Once Upon a Christmas".
Sendo caso disso, bons filmes, Feliz Natal e Bom Ano Novo!
P.S.: Morreu Alberto Seixas Santos, no passado dia 10. Nome maior do Cinema Novo Português, membro do Centro Português de Cinema, a nossa "fábrica" de bom cinema do princípio dos anos 70 do século passado, ainda em ditadura, até depois do 25 de Abril de 1974. Da geração cineclubista, estreia o seu primeiro filme, e o mais marcante da sua filmografia, em 1975 "Brandos Costumes", cuja produção já se iniciara há alguns anos. Mais uma perda para o cinema português e mais um de uma geração marcante, que nos deixa.

 

 

Luís Dinis da Rosa
DisneyTM
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
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