Financiamento
CCISP exige que Governo cumpra
Os presidentes dos
institutos politécnicos públicos reafirmaram, no passado dia 7 de
dezembro, durante uma reunião do Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), realizada na Guarda,
que o Governo "tem que cumprir escrupulosamente com aquilo que
combinou com as instituições", no que respeita ao
financiamento.
Em comunicado o CCISP recorda que "em 16 de julho de 2016, o
Governo Português e as instituições públicas de ensino superior
politécnico (IESP) celebraram, na presença do Primeiro-Ministro, o
contrato no âmbito do compromisso com a ciência e o conhecimento. O
contrato foi subscrito, tendo estado em representação do Governo,
diversos membros do Governo, incluindo o Ministro das
Finanças".
Nesse contrato, revela o Conselho Coordenador, "o Governo
Português assumiu o compromisso de transferir para as IEPS os
montantes correspondentes aos aumentos dos encargos salariais
(incluindo os que decorram do valor da remuneração mensal mínima
garantida) e dos montantes necessários à execução de alterações
legislativas com impacto financeiro que venham a ser
aprovadas".
O CCISP adianta que se está perante "uma dívida do Governo para
com os Institutos Politécnicos: a Assembleia da República tomou
decisões que implicaram um aumento da despesa, o Governo
comprometeu-se a ressarcir as instituições desse valor
não-previsto, os Politécnicos pagaram-no". No mesmo comunicado, o
CCISP diz que "os Institutos Politécnicos só podem acreditar que o
Governo vai manter e honrar a palavra dada".
Entretanto foi agendada uma reunião no dia 12, "no Ministério das
Finanças para análise e resolução deste problema. Na eventualidade,
improvável, de tal não se verificar, tomarão oportunamente uma
posição em reação a esse facto, sendo que, previamente, disso
informarão o Senhor Primeiro-Ministro", diz o mesmo
comunicado.
Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria e do
CCISP, explicou aos jornalistas que o Conselho decidiu "reforçar
que o contrato" do Governo com as instituições "tem de ser
cumprido".
"O senhor ministro [da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
Manuel Heitor] transmitiu-me que tinha reunido e [que] tinha falado
hoje com o senhor primeiro-ministro e com o ministro das Finanças e
que tinha agendado para o Ministério das Finanças, para a próxima
terça-feira (dia 12), uma reunião com o CCISP e também com o
Conselho de Reitores no sentido de analisarmos esta questão e de
procurarmos encontrar uma saída para esta questão", explicou à
margem da reunião realizada na Guarda.
Confrontado com o facto de o ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, Manuel Heitor, ter dito à Lusa (declarações
replicadas na imprensa nacional) que foi "um erro" o despacho das
Finanças enviado a universidades e politécnicos públicos informando
que nem todos receberiam o reforço orçamental devido, o presidente
do CCISP admitiu que "alguma coisa de anormal" se passou.