Politécnico de Portalegre
IPP cresce e anuncia mudanças
O Instituto Politécnico de Portalegre assinalou, no
passado 27 de novembro (a data oficial é 25) o seu Dia, numa
cerimónia que permitiu distinguir a Fundação Cidade da Ammaia
(organização que tem como missão salvaguardar e preservar as ruínas
de um monumento nacional, a cidade romana da Ammaia, uma das
maiores cidades romanas do país, situada no concelho de Marvão, em
São Salvador da Aramenha), atribuir o título de professor Honoris
Causa ao ex-presidente do Conselho geral da Instituição, Wilson
Abreu, premiar os melhores alunos da academia, mas acima de tudo
divulgar os objetivos do IPP.
Albano Silva, presidente do Politécnico de Portalegre, falou em
mudanças de uma instituição que viu crescer o seu número de alunos.
"Pelo quarto ano consecutivo aumentámos o número de alunos
inscritos e o número de novos estudantes. Aproximamo-nos dos 2500
alunos a passos largos". Outra subida de alunos registou-se no
Centro de Línguas e Culturas. "Vamo-nos aproximando dos 200 alunos
o que nos parece muito bom no panorama regional. Também em Campo
Maior iniciámos este ano vários cursos de língua inglesa em
parceria com a CMCM envolvendo 40 novos formandos", disse.
As mudanças que, refere Albano Silva, estão relacionadas com a
concretização dos novos Estatutos. "Isso transporta-nos para a
eleição de novos órgãos científico-pedagógicos nas Escolas e para a
alteração das equipas diretivas. As situações de mudança são sempre
momentos difíceis para as organizações, mas também de novas
oportunidades, de maior motivação para começar e recomeçar de novo.
(…) Ficaremos enriquecidos com a experiência deixada pelos que
terminam os mandatos e rejuvenescidos por aqueles que os vão
iniciar".
O presidente da instituição fala no bom momento do IPP. "Um
momento de esperança e otimismo, assente em dados e projetos
concretos. Fazemos um esforço para ir completando as fileiras
formativas, mas não temos conseguido ser tão atrativos como
gostaríamos para os nossos diplomados. Temos que refletir
seriamente sobre este aspeto. Apresentámos à A3ES mais uma proposta de licenciatura e de
dois mestrados (um deles no quadro da rede de saúde já referida).
Temos esperança na sua aprovação para poderem funcionar já no
próximo ano letivo".
A importância do ensino superior foi também sublinhada por Hugo
Hilário, presidente do Conselho Geral do Instituto, e autarca de
Ponte de Sor.
Ao nível da internacionalização, Albano Silva fala na mobilidade
académica e olha para a lusofonia como uma oportunidade. "Prevemos
este ano ter 150 novos fluxos de mobilidade in e out e receber 60
estudantes e professores estrangeiros em mobilidade. Os tempos
mudam, o Mundo é cada vez mais global e tem cada vez menos
fronteiras e Portugal, pela sua estabilidade e segurança, pelo
prestígio das suas IES e pela pertença ao espaço de lusofonia tem
vindo a fazer crescer os estudantes estrangeiros em Portugal.
Ambiciono o dia de ver um verdadeiro ambiente internacional em
Portalegre e noutras cidades da região".
Numa outra perspetiva, o presidente do politécnico fala nos
projetos comunitários da região, em que Portalegre está envolvido.
"A C3i acompanha e gere hoje 24 projetos em parceria, que
representa um investimento global superior a 30 Milhões de Euros.
Tratam-se de projetos financiados pelo POCH, Alentejo 2020,
Compete, PRODER, INTERREG, FCT e ICA que a serem totalmente
concretizados correspondem a um investimento para o IPP superior a
2,5M de euros. Estes projetos são em áreas diversificadas das
ciências agrárias, energias renováveis, indústria 4.0, educação,
ciências sociais e saúde, ciências veterinárias, empreendedorismo e
transferência de tecnologia".
Albano Silva referiu-se também à criação de unidades de
investigação. Um aspeto sublinhado pelo vice-presidente do Conselho
Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro
Dominguinhos, para quem é fundamental o aparecimento de novas
unidades, o que dará robustez científica aos politécnicos. Nesta
matéria, Albano Silva anunciou que "até ao final do mês de janeiro
está aberta a candidatura de unidades de investigação financiadas
pela FCT. O IPP está a fazer um esforço enorme no sentido de
concretizar uma proposta a apresentar à FCT que cumprindo critérios
de excelência possa abranger o maior número de domínios científicos
em que o IPP tem trabalhado. Acreditamos ser possível cumprir este
desígnio e que, no futuro, este esforço será recompensado".
O dinamismo da instituição engloba também o empreendedorismo. Em
2018 cabe ao IPP organizar XV Poliempreende. "Pretendemos reforçar
a rede nacional e internacional do Poliempreende, tirando também
partido de vivermos paredes meias com o patrono nacional desta
iniciativa, o nosso parceiro e amigo comendador Rui Nabeiro".
Mas o empreendedorismo vai mais longe no Politécnico de
Portalegre. E a BioBIP, incubadora de base tecnológica, está com
uma taxa de ocupação na ordem dos 100%". Por isso, Albano Silva
ambiciona ampliá-la. E fala na concretização da 2ª fase da
incubadora. "Temos o projeto referenciado e só esperamos que seja
aceite pela CCDRA para o podermos candidatar em devido tempo. Até
lá vamos adjudicar, através de um outro projeto, um pequeno estúdio
digital a instalar na atual BioBIP, capaz de ir dando respostas
concretas aos nossos projetos tecnológicos e dos nossos parceiros
incubados".
Num discurso objetivo, Albano Silva falou ainda dos sistemas de
gestão e da sua acreditação, divulgando em primeira mão o facto do
"SIGQ ter sido acreditado pela A3ES pelo período máximo de 6 anos.
São ainda poucas as instituições de ensino superior que viram o seu
sistema acreditado por 6 anos".
O financiamento das instituições de ensino superior também não foi
esquecido: "O Governo, apesar de todos os esforços feitos pela
Presidência e Comissão Permanente do CCISP, ainda não devolveu às
instituições a quantia correspondente ao impacto financeiro das
medidas legislativas de caráter laboral de 2016 e 2017, para fazer
jus ao compromisso e acordo estabelecido por contrato em julho de
2016. Esse impacto, como calculam será ainda bem maior em
2018 e ainda não percebemos se a proposta de OE para 2018 tem
previsto o investimento no Ensino Superior capaz de fazer face
totalmente aquelas repercussões financeiras. A situação pode vir a
revelar-se com alguma complexidade, e as dificuldades que algumas
IES estão já hoje a sentir podem vir a alargar-se à quase
totalidade das IES politécnicas em 2018. O impacto destas medidas
de valorização remuneratória dos trabalhadores podem perder o
sentido de justiça social para cada um de nós, se acarretarem para
as instituições a que pertencemos dificuldades inesperadas e
destabilização orçamental".
O Dia do IPP encerrou com uma noite de tunas, onde foi distinguido
o ex-presidente da instituição, Joaquim Mourato.