José Manuel Delgado, diretor adjunto de «A Bola»
Em Portugal o futebol seca tudo
O antigo guarda-redes e atual jornalista
relembra os seus tempos de glória no Benfica, aborda os desafios
que se colocam ao jornalismo e afirma que a monocultura do futebol
é o espelho do país que somos.
«A vida aos pontapés» é a
sua primeira incursão no romance. Trata-se de uma obra de ficção,
sobre futebol e futebolistas, com pontos de contacto com a
realidade?
Se tivesse de acontecer, seria exatamente assim. O livro é passado
em 1979, há precisamente 40 anos, e não é por acaso, porque
coincidiu com um período que eu conheci particularmente bem, porque
estava no ativo como guarda-redes. Nunca ninguém tinha escrito um
livro, pelo menos em Portugal, a partir de um balneário,
descrevendo as relações e os problemas dos jogadores. Trata-se de
uma época muito rica, do ponto de vista social e político, em que
tudo estava a mexer, poucos anos após o 25 de abril. E procuro
descrever como se chegava às coisas através dos partidos, dos
conhecimentos, da pequena criminalidade.
Havia muito tráfico de
influências?
Sim, porventura menos polido do que há hoje. Talvez mais direto.
Existia também uma economia paralela muito forte e era assim que as
coisas se proporcionavam.
O doping é uma constante da
primeira à última página. Era uma prática normal no futebol de
então?
O livro fala muito de casos de doping, numa altura em que não
existia controlo antidoping. As práticas eram como são contadas,
sendo que não podemos cometer o pecado da generalização. Havia de
tudo. Os que tomavam, os que não tomavam e os que nem queriam ouvir
falar de substâncias proibidas. O doping é daqueles problemas que
dificilmente terá solução, porque os prevaricadores andam quase
sempre um passo à frente dos que tentam combater as práticas
ilegais.
A lógica de ganhar a
todo o custo já existia, como descreve?
Sim. Aquele jogador que se sacrifica para jogar e não perder o
lugar, sendo que provavelmente o seu corpo vai pagar alguns anos
mais tarde, permanece atual.
O Portugal de 1979 e de
2019 são muito diferentes, em termos sociais e
desportivos?
O país mudou bastante, nomeadamente ao nível da sofisticação. Em
termos desportivos, acho que os jogadores de hoje ganham mais, mas
divertem-se menos. A forma de relacionamento entre as pessoas há 40
anos era mais simplificada. Ainda há pouco tempo estive num
encontro de colegas que comigo jogaram no Belenenses e foi
fantástico. Tenho sérias dúvidas que os atletas da atualidade
consigam desfrutar de momentos assim e manter o elo e o vínculo que
perdura por décadas. Vive-se incomparavelmente melhor, mas a
impessoalidade é grande e os laços de afetividade mais frágeis.
Por norma, os autores
envolvem-se muito com as personagens dos seus livros. Tem alguma
que seja a sua favorita?
Antes de mais, devo referir que tive a preocupação e o trabalho de
que nenhuma personagem fosse identificável com a realidade de
então. Com muito esforço, consegui sempre fugir de algumas
inevitáveis aproximações. O objetivo foi que em cada personagem
houvesse todo o mundo e ninguém. Mas se tivesse que escolher uma
personagem seria, sem dúvida, o treinador, que tem a alcunha do
«Sobe e desce». Ele foi um grande jogador, enquanto treinador via
tudo, mas fazia de conta que não havia nada. Correspondia a um tipo
de treinador que vivia e deixava viver, mantendo o comando das
operações, sempre que lhe chegava a mostarda ao nariz. Também gosto
do «Pisca pisca» que é um dirigente que toca muitos instrumentos ao
mesmo tempo.
É o chefe de departamento
de futebol do clube retratado no romance, o Inter de
Lisboa…
Sim, que tem relações privilegiadas com a elite política e o
bas-fond, com a economia paralela, os bilhetes falsos, as rifas.
Tudo isto existia no universo futebolístico de 1979.
Falemos agora da sua carreira de
guarda-redes. Esteve em vários clubes, nomeadamente no Belenenses,
Portimonense e Benfica, onde conquistou dois títulos de campeão
nacional e duas taças de Portugal. No Benfica, como foi estar na
sombra de Bento?
Durante quatro anos joguei poucas vezes, apenas quando o Bento,
que era titular indiscutível, estava lesionado. Curiosamente, tenho
uma história com o Pál Csernai, que foi meu treinador na temporada
84/85. Um dia ele chamou-me e através do seu intérprete disse-me o
seguinte: «estou muito satisfeito contigo, és um excelente
guarda-redes. Mas para seres titular aqui tens de esperar que o
Bento tenha um desastre de automóvel, como aconteceu com o Sepp
Maier» (NDR: antigo guarda-redes do Bayern de Munique). Achei a
história tão curiosa que acabei por partilhá-la mais tarde com o
Bento no balneário. A lesão mais grave do Bento acontece em 1986,
no mundial do México. Apesar de ter jogado pouco, a minha passagem
pelo Benfica foi de grande aprendizagem e um privilégio por me ter
cruzado com seres humanos fantásticos e jogadores notáveis. Antes,
tinha passado pelo Belenenses e pelo Portimonense, onde tive os
melhores desempenhos da carreira, com a titularidade e chamadas à
seleção.
Um dos grandes momentos da
sua carreira foi, certamente, a final da Taça UEFA, em 1983, com o
Anderlecht. Um jogo disputado a duas mãos em que o Benfica perdeu
por apenas um golo de diferença. Recorda-se dessa noite
europeia?
Após a derrota em Bruxelas por 1-0, o jogo da segunda mão foi ao
fim da tarde de uma quarta-feira e era preciso dar a volta à
desvantagem. O treinador era Eriksson e nós com o treinador sueco
não fazíamos estágios. Fizemos um treino ligeiro pela manhã e
depois rumámos ao Hotel Altis para almoçar e para descansar. Umas
quatro ou cinco horas antes do jogo o terceiro anel do estádio da
Luz já estava cheio. Foi uma grande final. O Benfica tinha uma
equipa de nível mundial, mas o Anderlecht estava num dos melhores
momentos da sua história.
Estávamos em plena
temporada de 82/83. Lembra-se qual era a equipa
tipo?
Foi o melhor plantel que apanhei na minha passagem pelo Benfica.
Era uma obra de arte. Senão vejamos: Bento, Pietra, António Bastos
Lopes, Humberto Coelho e Veloso (ou Álvaro), Shéu, João Alves,
Carlos Manuel, Nené, Filipovic e Chalana. No banco estava eu, como
guarda-redes suplente, o Diamantino, o Carlos Pereira, o Alberto
Bastos Lopes e o Padinha. Espero não estar a esquecer-me de
ninguém. Nessa época fiz cinco jogos a titular.
O chamado «inferno» da Luz
já tinha capacidade para 120 mil lugares?
Foi apenas na temporada seguinte, em 1984, após vender o Chalana
que o presidente Fernando Martins parte para o fecho do terceiro
anel. Aliás, eu jogo o Benfica-FC Porto (0-0) que coincide com o
fecho do terceiro anel. Recordo-me que foi a estreia do Madjer e do
Juary na equipa do Porto.
Em 1989, abandona a prática
desportiva e ingressa no jornalismo…
Deixei de jogar a 31 de julho desse ano e comecei como editor de
desporto da revista «Sábado», com o Joaquim Letria, pouco tempo
depois. Já estou em «A Bola» há 16 anos, - 13 dos quais na direção
- antes estive 7 anos no «Record», onde fui diretor. Antes do
«Record» tive quase dois anos em «A Capital», quando o jornal era
vespertino e recordo-o como uma escola de jornalismo fantástica,
onde curiosamente comecei como editor de política nacional.
No seu livro o jornal
chama-se «Estádio» e tem periodicidade trissemanal. Na realidade,
os diários desportivos passam a existir a partir de 1995. Temos
mercado para três jornais da especialidade diários?
Do ponto de vista social há, do ponto de vista económico há cada
vez menos. Os mais portistas acomodaram-se a «O Jogo» e os adeptos
dos clubes de Lisboa a «A Bola» e ao «Record». É uma realidade que
o papel está a definhar e em sérias dificuldades. Creio que será
uma questão de tempo para se passar para plataformas digitais. A
lógica do diário, seja generalista ou desportivo, irá diluir-se,
seguramente, nas próximas décadas. O papel já não pode apenas dizer
«o quê?», porque isso já faz a internet. No papel é preciso dizer o
«porquê?». Com esta tendência, até 2030, no máximo, haverá aqui uma
espécie de render da guarda do papel para o digital.
A falta de meios é um forte
entrave a esse objetivo?
Sem dúvida. As redações são muito mais pequenas do que aquelas que
conheci no início da minha carreira. Torna-se mais difícil fazer um
jornalismo mais reflexivo, com meios mais reduzidos. No estrangeiro
tem havido experiências curiosas de jornais que fizeram uma aposta
interessante no papel e os resultados foram positivos, mesmo em
contraciclo. Em Portugal, é mais difícil existir essa
disponibilidade financeira.
As pessoas resistem em
pagar por um jornal em papel por este não acrescentar mais nada aos
meios digitais?
Esse é o grande desafio. Os jornais têm que dar outra coisa, o
problema é que ou se adaptam à nova realidade ou não têm meios para
operarem essa mudança. O que se passa atualmente é que as pessoas
vão, logo pela manhã, à banca e não têm nenhuma sensação de
novidade que as leve a comprar o jornal. A única forma de combater
isto é fazer um jornalismo diferente, menos descritivo e mais
opinativo.
O período do defeso
futebolístico é quando se vendem mais jornais desportivos,
Porquê?
Sempre foi assim. Os jornais em julho e agosto sempre venderam o
dobro relativamente ao resto do ano. A explicação é a seguinte:
existe mais disponibilidade das pessoas para ler - com a
pulverização das férias esse fenómeno tende a esbater-se - mas
essencialmente porque os jornais publicados na pré-temporada têm,
por norma, boas notícias. Ou seja, são jornais de esperança, com as
novas e promissoras contratações, o que leva com que os adeptos
estejam motivados e consumam tudo. Em tese, nessa altura, são todos
potenciais campeões.
Mas, por exemplo, a edição
seguinte à vitória do Benfica perante os rivais é garante de boas
vendas para «A Bola»?
Normalmente, sim. Um grande momento de vendas para «A Bola» foi a
vitória de Portugal sobre a Espanha nos quartos de final do Euro
2004. Tirámos 300 mil exemplares. Foi inclusive superior à edição
do dia seguinte à vitória de Portugal no Euro 2016, com o golo de
Éder - mas aqui já os jornais, mesmo os desportivos, vendiam muito
menos.
Desde sempre que «A Bola» é
um jornal conotado com o Benfica, tal como o «Jogo» é associado ao
FC Porto. Não seria possível fazer como em Espanha em que os
jornais desportivos são, sem subterfúgios, pró-Real Madrid ou
pró-Barcelona?
Em Espanha é mais fácil fazer essa distinção. Os jornais da
Catalunha são assumidamente do Barcelona e tratam este clube por
«nós». Os jornais da capital querem essencialmente o mercado do
Real Madrid, apesar do Atlético de Madrid também começar a ficar
interessante. Em Portugal, se o maior mercado é o Benfica, todos
querem o mercado do Benfica. Não é só «A Bola». Estou
particularmente à vontade, porque fui diretor do «Record» e o
mercado do Benfica é visto de modo muito apetecível. Mas fazendo
uma sintonia mais fina, mesmo em termos de capas, entre Benfica e
Sporting, as coisas não são muito diferentes. Agora, se o Benfica
ganhou em seis anos cinco campeonatos e esteve em duas finais
europeias é natural que esse desempenho tenha influência no
interesse que suscita nas pessoas. Em Portugal, todos querem o
mercado do Benfica, mas isso não quer dizer que estejamos obrigados
a dizer bem do Benfica. No trabalho jornalístico que se desenvolve,
diz-se bem quando é para dizer bem e diz-se mal quando é para dizer
mal.
Os jornais desportivos
continuam a reservar um espaço residual às
modalidades?
Não damos mais espaço, pelo simples motivo que as pessoas não
querem. Ninguém vai abrir um restaurante vegetariano num bairro
onde todos comem carne.
Mas a monocultura
desportiva é o espelho do que somos?
É o reflexo do país. Vamos comparar, como anteriormente, Portugal
e Espanha: nós somos campeões da Europa de futebol e campeões do
mundo de hóquei em patins - apesar do hóquei agora ser um
epifenómeno. Os espanhóis são ou foram campeões do mundo de
futebol, basquetebol, têm os melhores tenistas, os melhores
ciclistas, grandes nadadores, motociclistas e até pilotos na
fórmula 1. Perante isto, a riqueza da escolha que eles têm é muito
maior e permite dar uma ampla cobertura a estas vitórias. Veja que
o destaque de amanhã da imprensa espanhola é a saída do Paul Gasol
da NBA para provavelmente regressar ao Barcelona. Mas sempre que há
uma vitória de relevo ou alguma medalha, procuramos chamar para a
capa. Acontece é que não temos assim tantas proezas, nem a riqueza
e a cultura desportiva de outros países. Em França, o «L'Équipe»
faz primeiras páginas com o ciclismo, o râguebi e até a vela.
A hegemonia do desporto
«rei» está para durar em Portugal?
Em Portugal, o futebol seca tudo. Não há nenhum miúdo que não
tenha experimentado jogar futebol ou até ter ido à experiência para
uma escola de futebol para ver se tem talento. E até os licenciados
nas faculdades de motricidade humana saem de lá apenas com
especialização em futebol. Só assim se explica esta profusão de
craques que está a aparecer nas várias escolas de futebol. Há uma
grande prospeção e um trabalho de base que não há em mais nenhuma
modalidade. No outro dia, uma pessoa ligada ao basquetebol,
lamentava-se que a modalidade não pode progredir por não existirem
técnicos para fazerem os jovens evoluir.
Falta-nos a política
desportiva que a Espanha, por exemplo, começou a ter a partir dos
Jogos Olímpicos de 1992?
Os Jogos Olímpicos de Barcelona foram o ponto de partida da
Espanha para um projeto muito ambicioso para se converter em
potência desportiva. O Brasil, que organizou os jogos em 2016, está
a despontar e a competir em modalidades onde não tinha tradição.
Portugal tem muitas lacunas a diversos níveis. A começar por não
termos desporto escolar, muito por culpa de nunca termos tido
política desportiva em Portugal, simplesmente porque não existiu um
único governo que tenha olhado para o desporto como um
investimento. Olham todos para o desporto como uma despesa e jamais
o fizeram com uma lógica de prioridade nacional. Como outros países
fazem, investir hoje no desporto é ganhar o amanhã nas áreas da
saúde, da economia, na segurança, na justiça, etc. O desporto,
olhado como uma estratégia a longo prazo, permite ter sociedades
mais saudáveis.
Mas de quatro em quatro
anos, vamos às olimpíadas e exigimos medalhas aos nossos
atletas…
Os resultados até são superiores ao esforço de investimento que
fazemos. Creio que só é possível fazer uma política desportiva
nacional tendo como ponto de partida o desporto escolar. O pior é
que o desporto escolar não existe, para além de como povo não
termos a ligação à prática desportiva que seria desejável.
Apresenta os programas
«Quinta da Bola» e «Tribuna de Honra», em «A Bola TV». Que balanço
faz deste projeto iniciado em outubro de 2012?
Procuramos fazer enquadramentos e discussões diferentes do futebol
em comparação com a concorrência. Estes programas que apresento são
muito gratificantes. Inclusive no «Tribuna de Honra» mantemos um
dos comentadores inalterados desde a primeira edição, há sete anos,
que é o António Bagão Félix.
Privilegiam, ao contrário
da concorrência, uma abordagem menos emotiva e pela
positiva?
Em «A Bola TV» não abdicamos de uma abordagem igualmente emotiva,
recusamos é entrar na ofensa, na polémica gratuita, na discussão
sem sentido e na especulação sem limite. Este é um canal
essencialmente informativo, com noticiários hora a hora e alguns
diretos, em que tudo fazemos para produzir bons programas e bons
debates, sem entrar na ofensa pessoal que se vê em muitos outros
sítios. Estas práticas não estão na nossa matriz. Apesar de
estarmos conscientes que o crime compensa, precisamente por serem
esses programas que recolhem maior audiência.
Tem um currículo vasto em
termos da cobertura de grandes eventos desportivos. Que memórias
guarda desses acontecimentos?
Foram muitos os acontecimentos em que estive presente: Nos
mundiais de futebol, estive em 1990, em Itália, em 1998, em França,
em 2006, na Alemanha, em 2010, na África do Sul e em 2014 no
Brasil. Estive também nos europeus de futebol de 1996, 2000, 2004,
2008, 2012 e 2016. Fiz a estreia na cobertura de umas olimpíadas,
em 2016, no Rio de Janeiro. É uma experiência única, diferente de
tudo, por ser mais intensa e concentrada em termos geográficos e
num curto espaço de três semanas. O trabalho era de sol a sol.
Acordar às 6 da manhã e deitar às 2 da manhã, do dia seguinte. A
rotina era estar nas competições, ir escrever para as salas de
imprensa e regressar ao apartamento. No Rio de Janeiro fiquei a
residir próximo da central de camionagem de onde partiam os
transportes para as competições. Durante o tempo de viagem,
alternava entre dormir algum tempo e aproveitar para terminar as
reportagens antes de enviar os serviços para Portugal. É uma
experiência gratificante do ponto de vista profissional. Faltava-me
aquilo. Vimos o "dream team" dos Estados Unidos, o Usain Bolt a
ganhar os 100 metros, conversamos com o Michael Phelps, etc. Foi a
cereja no topo do bolo. E, já agora, deixe-me acrescentar, ainda
fiz uma Copa América, na Bolívia, em 1997.
Numa altura em que as redes
sociais contribuem para uma lógica de desinformação, qual é o papel
da educação para distinguir o trigo do joio?
Estamos numa época perigosa, e em que a democracia está ameaçada.
Não há em qualquer parte do mundo uma democracia forte, com uma
comunicação social fraca, com poucos recursos e sem meios para
fazer jornalismo de investigação.
A capacidade pedagógica e de escrutínio dos "media" é fundamental
- recentemente, o Presidente da República alertou para a
necessidade de se encontrar meios para auxiliar a comunicação
social. É preciso fazer um debate urgente sobre este tema, a
começar pelos decisores políticos. Em paralelo, há muita gente a
sair das faculdades, proveniente dos cursos de Comunicação Social,
quando o mercado de trabalho nesta área não é propriamente o mais
apelativo. Também aqui, os "media" vão precisar de ajuda e
enquadramento.
De que maneira é que a
escola pode ter um papel importante?
Vivemos tempos de um grande défice de leitura e a escola poderá
ajudar a corrigir isso, incentivando e promovendo novos hábitos.
Precisamos de desmistificar a ideia de que tudo o que aparece num
ecrã de computador ou de telemóvel é verdade. Com efeito, pode ser
um perigo para qualquer sociedade.
CARA DA
NOTÍCIA
Da baliza paras a
redações
José Manuel Delgado
nasceu a 30 de outubro de 1957, em Lisboa. Como guarda-redes,
representou o Montijo, o Farense, o Belenenses, o Portimonense, o
Espinho e o Benfica, onde ganhou dois campeonatos (1982/83 e 83/84)
e duas taças de Portugal (1982/83 e 84/85). Foi finalista derrotado
da Taça UEFA, diante do Anderlecht, na temporada 1982/83. Foi
internacional pelas seleções de sub-17, sub-19, sub-21 e sub-23.
Foi convocado três vezes para a seleção A. Enquanto profissional,
esteve 10 épocas no ativo e disputou cerca de 140 jogos. Em 1989,
enveredou pela carreira de jornalista, primeiro na «Sábado», como
editor-executivo, depois em «A Capital» e foi diretor do «Record».
Atualmente é subdiretor do jornal «A Bola» - pertencendo aos
quadros desde 2003 - e apresentador de dois programas em «A Bola
TV»: «Quinta da bola» e «Tribuna de honra». Foi ainda membro da
comissão executiva do Sindicato dos Jogadores e esteve como
mandatário para a juventude na reeleição de Ramalho Eanes, em 1980.
«A vida aos pontapés», com a chancela da Âncora, é a sua primeira
experiência na ficção.
Nuno Dias da Silva
"A Bola"/ASF