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Manchester quer centro de investigação em Idanha
A Manchester Metropolitan
University poderá vir a abrir um Centro de Investigação em
Idanha-a-Nova, o qual envolverá a Escola Superior de Gestão do
Instituto Politécnico de Castelo Branco, a Câmara de Idanha-a-Nova
e o Geopark Naturtejo. Segundo apurámos essa é uma hipótese que
está a ser estudada pelos responsáveis ingleses, e surge após a
visita que o diretor do Centro de Investigação Miriad da Manchester
Metropolitan University John Hyatt, fez à região.
A criação deste Centro surge na
sequência do trabalho que o Centro de Investigação Miriad da
Manchester Metropolitan University está a desenvolver no concelho
de Idanha-a-Nova, tendo já visto aprovado o seu financiamento.
Ana Rita Garcia, diretora da Escola
Superior de Gestão, considera que "a possibilidade de integrar
redes de investigação é fundamental. A ligação com a comunidade e o
conhecimento de outras formas de abordagem científica do território
enriquecem a praxis da nossa instituição e desenvolvem a
região".
Jonh Hyatt considera positiva e
benéfica a participação da Escola Superior de Gestão do Instituto
Politécnico de Castelo Branco na investigação que a universidade
inglesa está a realizar no concelho de Idanha-a-Nova. Um trabalho,
já no terreno, que procura combater o despovoamento e a
desertificação de regiões europeias com características às
idênticas de Idanha-a-Nova.
Aquele responsável falava ao Ensino
Magazine, em Idanha-a-Velha, à margem da inauguração de uma
exposição sua de pintura. "A Escola Superior de Gestão foi
convidada a fazer parte de um grupo de discussão para debater as
questões do despovoamento e da desertificação", explica Jonh Hyatt.
Já em outubro realiza-se um Congresso na escola, onde serão
apresentados alguns resultados da investigação. Simultaneamente, no
mesmo evento, serão expostos os resultados do trabalho do
Centro.
O diretor daquele centro de
investigação refere que a relação que a Escola Superior de Gestão
tem com a Universidade de Barkeley, dos Estados Unidos, deve ser
aproveitada. "Queremos envolver neste estudo o contributo de
Barkeley. Mas queremos ir mais longe e incluir no estudo o trabalho
que a Câmara de Idanha-a-Nova está a fazer com o Japão".
Jonh Hyatt explica que o trabalho
procura "apresentar um modelo de desenvolvimento para regiões
desertificadas que apresenta todos os sistemas (como o turismo,
educação, agricultura, cultura ou a sociedade) em conjunto". O
docente universitário diz que para além do meio académico, "importa
envolver todas as pessoas, desde o agricultor ao comerciante".
O modelo está a ser criado a partir
do Concelho de Idanha-a-Nova, onde aquele centro de investigação da
Manchester Metropolitan University já constituiu equipas de
trabalho coordenados por Cristina Rodrigues, uma portuguesa que
integra aquela instituição. "Vamos apresentar um modelo final
inclusivo de combate ao despovoamento e à desertificação do solo",
argumenta.
A presença da Manchester
Metropolitan University no concelho de Idanha-a-Nova é vista como
um começo por Jonh Hyatt. "Isto é apenas o início. Há um conjunto
amplo de possibilidades para podermos continuar a trabalhar em
conjunto", sublinha.
Durante os dias em que esteve em
Idanha-a-Nova, Jonh Hyatt apresentou uma comunicação na Escola
Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco
subordinada ao tema: "Este paraíso que nunca deixámos".
Jonh Hyatt explicou aos docentes da
escola que o modelo que está a ser criado em Idanha-a-Nova
contribuirá para o desenvolvimento para espaços de desertificação,
nas regiões da Europa, um fenómeno que abrange países como Itália,
Turquia, Portugal e Espanha. A equipa aspira intervir em áreas,
como o turismo, a cultura, a educação, a agricultura; conjugando os
vários sectores de actividade.
Armindo Jacinto, vice-presidente da
Câmara de Idanha-a-Nova, sublinhou a importância do estudo e da
parceria com a Manchester Metropolitan University. "Estamos
empenhados nesta colaboração, no sentido de caminharmos para um
desenvolvimento sustentado", disse.