Ajustes no carro em curso
UBI regressa à Eco Marathon
A Universidade da Beira Interior vai
estar de novo representada numa das mais míticas provas estudantis,
a Shell Eco Marathon, que coloca em competição protótipos
desenvolvidos nas universidades e vai ter lugar em Roterdão, na
estreia de um circuito citadino. As primeiras modificações estão já
a ser feitas nos laboratórios de Engenharia Mecânica. O veículo que
no ano passado marcou presença vai voltar este ano.
A prova reúne protótipos de todas as
academias europeias, pensados para percorrerem o maior número de
quilómetros possível com um litro de combustível. Fernando Santos,
docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica e coordenador
de toda a participação, refere que o carro "tem apenas de ser
melhorado em alguns pontos".
O projeto desenvolvido no ano
anterior por um conjunto diversificado de alunos e docentes
"mostrou grande fiabilidade e capacidade de competição". Daí que
para a prova de Roterdão as atenções fiquem centradas em alguns
detalhes. Santos acrescenta que "este vai ser um ano de
consolidação. A principal novidade passa por um sistema de travagem
regenerativo que já o ano passado foi experimentado, mas acabámos
por abandonar. Também vamos tentar melhorar no aspeto dos atritos
para termos um resultado mais positivo".
O percurso passa pela cidade de
Roterdão e será plano. Uma das desvantagens desta escolha "reside
no facto de não existirem descidas, sempre aproveitadas para
reduzir algum consumo de combustível", acrescenta o docente e
investigador. Contudo, Fernando Santos está confiante na obtenção
de um dos melhores resultados de sempre e também no impacto que a
prova vai ter. Desta vez, "trata-se de um circuito citadino, no
meio de uma cidade com grande impacto turístico e espero que a
prova conheça uma maior repercussão".
No que diz respeito ao futuro da
"Eco Marathon", o docente sublinha que dentro de dois ou três anos,
a academia deverá estar a mudar a propulsão deste veículo, de um
motor de combustão interna para um motor elétrico. O futuro desta
área passa por este tipo de solução e daí que os investigadores
queiram participar no desenvolvimento de novas soluções. Para que
tal possa acontecer, "é muito importante encontrar um parceiro a
longo prazo". O desafio é lançado à sociedade civil, nomeadamente a
empresas que operam nesta área. Fernando Santos quer assim
conseguir um apoio que permita aos docentes e alunos desenvolverem
soluções a longo prazo, mas também colocar no mercado inovações
realizadas na academia beirã.
Eduardo Alves
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.