Politécnico

Encontro de autarcas, politécnicos e universidades
O Interior a uma só voz
Intervenção-do-Presidente-d.jpg"O Ensino Superior no Interior do País" foi o tema de um encontro de autarcas e dirigentes de instituições de ensino superior que decorreu,  a 5 de fevereiro, na Guarda.
Este evento foi coordenado pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e Câmara Municipal da Guarda (CMG), e seguiu-se ao Congresso da Interioridade realizado, em novembro, em Bragança.
Para o presidente do IPG, Constantino Rei, "o interior de Portugal apresenta assimetrias a vários níveis com o litoral, sobretudo ao nível da distribuição da população, da localização dos principais centros urbanos, do número de entidades empregadoras e da atividade económica em sentido lato, indicadores que, no seu conjunto, configuram uma realidade dual e profundamente assimétrica no país, com características estruturais."
Os presidentes da Câmara de Castelo Branco e do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Luís Correia e Carlos Maia, respetivamente, também reafirmaram a importância das instituições de ensino superior no interior do país. Os dois responsáveis participaram num encontro que decorreu à porta fechada, onde estiveram também presentes os responsáveis dos institutos politécnicos de Beja, Bragança, Portalegre, Tomar e Viseu, e das Universidades da Beira Interior, Évora e Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como dos autarcas de Abrantes, Beja, Bragança, Elvas, Guarda, Lamego, Mirandela, Portalegre, Seia e Tomar.
Deste encontro resultou, no entender de Carlos Maia, um ponto de convergência importante e que passa pelo facto de todos os "responsáveis estarem cientes das dificuldades que se vivem no interior do país". O presidente do IPCB acrescenta que "estão instituições em perigo se nada for feito". Além disso, acrescenta, "o encontro permitiu perceber que este fórum deve ser alargado a outras áreas, como o meio empresarial, pois o problema que se vive no interior é mais abrangente".
Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, também marcou posição no encontro. "Existe uma clara falta de regulação no ensino superior, sobretudo no que se refere à política de vagas, em que as instituições do interior do país estão a ser gravemente prejudicadas. Essa é uma questão importante e deve haver coragem política para a resolver. As instituições de ensino superior do interior do país são importantes e é importante defendê-las pois são fundamentais para o desenvolvimento destas regiões e do país. É preciso assumir-se de uma vez por todas a defesa dessa regulação".
O encontro permitiu que todos os intervenientes discutissem abertamente todas as questões, estando agora a ser elaborado um documento com as suas conclusões principais. Carlos Maia refere que ficou também definida a realização de novas reuniões de trabalho, tendo havido por parte de Castelo Branco total disponibilidade para acolher o próximo encontro. Uma disponibilidade reforçada também pelo presidente da autarquia albicastrense, Luís Correia.
Para além das questões do ensino superior, o autarca albicastrense mostrou-se satisfeito com o facto de se discutir abertamente "as questões do interior e a defesa do interior do país. Estamos a falar de uma faixa do país que deve ser vista de forma diferente. A defesa do interior é uma questão de coesão territorial". Para Luís Correia este tipo de encontros "não deve ser apenas de defesa das instituições de ensino superior, mas também de todo o interior do país".
António Fidalgo, reitor da UBI, em representação do setor universitário, também falou das dificuldades que as instituições de ensino do interior vivem, as quais, no seu entender, são prejudicadas face às do litoral. Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, também destacou a importância das instituições de ensino no interior do país, lembrando que a faixa interior do país é aquela que tem menos ensino superior.
Da reunião irá sair um documento final, onde deverá ser reforçada diferenciação dos critérios para financiamento e funcionamento dos ciclos de estudo, tendo em conta a densidade populacional; os incentivos à deslocação e fixação de jovens para o interior do país, ou a questão das vagas.



 
 
 
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