Universidade

António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior
UBI, um centro de vivências
P1011402.jpgO reitor da Universidade da Beira Interior faz um balanço positivo dos primeiros meses de mandato. Deste período António Fidalgo destaca a eleição para todas as unidades orgânicas da UBI e a candidatura aos novos centros de investigação da Fundação de Ciência e Tecnologia.
O reitor da UBI define como principal eixo estratégico da sua linha de ação, animar a universidade de forma a criar um centro de vivência, de estudo e de investigação. "Isso consegue-se dinamizando-se espaços. Por exemplo, uma das minhas grandes batalhas era a reanimação da biblioteca, o que está a ser conseguido de uma forma extraordinária. Muitos mais alunos frequentam a biblioteca e fazem dela um lugar privilegiado de estudo", refere.
E se no entender do reitor, a UBI ganhou um novo dinamismo, a um outro nível António Fidalgo defende medidas de descriminação positiva para as instituições de ensino superior do interior do país. "Desde logo deveria existir uma política de coesão territorial, pois a questão transcende em muito as instituições de ensino superior. Se não houver uma política de equilíbrio de todo o território nacional, então será uma batalha perdida. Ou seja, têm que existir medidas globais que envolvam toda a sociedade e a economia da região".
O reitor da UBI aponta o investimento como um dos fatores importantes para essa coesão. "Nós precisamos de investimento. Se tivermos um forte investimento público e empresarial, até podemos dispensar outras medidas de apoio ao ensino superior, pois nessa altura teremos candidatos. O que faz falta é uma dinâmica demográfica, económica e social. Se tivermos isso, a própria sociedade regional terá os candidatos suficientes para o funcionamento das instituições de ensino superior do interior".
No entender de António Fidalgo chegou-se a um ponto em que "têm que se congregar todas essas medidas. As instituições de ensino superior são o instrumento mais indicado para o poder central exercer políticas coerentes de coesão territorial e de planeamento. Isto porque estamos a falar de uma população jovem que se pode deslocar do litoral para o interior e tende a fixar-se no interior". Algo que pode ser feito "aproveitando os recursos que o ensino superior tem e com isso promover a coesão territorial para benefício do próprio litoral. Nós temos partes do litoral que estão sobrecarregadas, que têm problemas de infraestruturas e de urbanismo que se podem resolver havendo uma melhor distribuição da população pelo território nacional".
António Fidalgo explica que a atribuição "das vagas para o concurso nacional de acesso é fundamental para a implementação dessas políticas". A questão não é nova e passou por vários governos. O reitor da UBI reconhece que "os políticos tendem a responder aos votos. Mas neste caso, a solução não é tão difícil. As pessoas deslocam-se onde há oferta educativa. Agora tem que haver um órgão que faça a administração das vagas. Esse é um instrumento fundamental, que está nas mãos do poder central, e que poderá implementar uma política educativa ao nível do ensino superior. Portugal tem uma rede de ensino bem distribuída em termos geográficos, só que ela não corresponde à demografia. Portanto, o concurso nacional de acesso é uma maneira que o Governo tem de ajustar o desequilíbrio demográfico a uma bem distribuída rede de ensino superior".
A implementação de bolsas de mobilidade (+ Superior) para os alunos que queiram estudar no interior, é também vista como uma mais-valia. "O ensino superior perdeu alunos devido à situação económica das famílias. A atribuição dessas bolsas vai trazer candidatos que saíram do sistema e permitir uma mobilidade de estudantes. Para além disso, há certamente bons alunos que estão no litoral e que não se importam de vir estudar para o interior, onde a qualidade também é assegurada".
Outra das medidas que António Fidalgo vê como positiva é a aprovação do estatuto do aluno internacional. Um estatuto que permitirá às instituições acolherem alunos de outros países e de outros continentes. "Portugal tem cerca de 10 a 15 mil vagas sobrantes no ensino superior. Mas quando olhamos para o exterior, verificamos que há uma procura enorme dos países em desenvolvimento por um ensino de qualidade. As universidades portuguesas têm qualidade reconhecida, pelo que são altamente competitivas. No caso português, existe um país emergente que é o Brasil, cuja oferta pública nem cobre 20% da procura. Ou seja, no Brasil existem seis milhões de alunos brasileiros a terminarem o ensino secundário, e as universidades públicas brasileiras não chegam a acolher um milhão de alunos. Basta uma pequena parcela do mercado brasileiro para resolver o problema do excesso de vagas em Portugal".
António Fidalgo assegura que a "UBI está a trabalhar para que no momento em que esse diploma for aprovado, a universidade avançar para esse mercado". Uma aposta que será feita também através da divulgação da UBI no Brasil e por parcerias com universidades brasileiras. "Todas as universidades estão em condições de entrarem no mercado brasileiro e lutarem pelos melhores alunos", diz.



 
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO