Gente e livros
Harper Lee
«Quando estava prestes a completar treze
anos, o meu irmão Jem fraturou gravemente o braço na zona do
cotovelo. Quando recuperou, os seus receios de nunca mais poder
voltar a jogar futebol foram postos de lado tão depressa quanto se
esqueceu da sua lesão. Porém, o seu braço esquerdo ficara um tanto
ou quanto mais curto do que o direito; quando estava parado, de pé,
ou a caminhar, a palma da sua mão ficava mesmo perpendicular ao
corpo, com o polegar paralelo à coxa. Mas isso não o incomodava,
desde que conseguisse fazer passes e rematar.»
A notícia de que a escritora
norte-americana Harper Lee, de 88 anos, editará no verão um novo
romance, 55 anos após o seu primeiro e único livro, «Mataram a
Cotovia» (numa tradução anterior «Por Favor Não Matem a Cotovia»),
correu este mês o mundo.
Intitulado «Go set a watchman», o
novo romance terá sido escrito por Harper Lee nos anos 1950, mas só
recentemente foi descoberto o manuscrito, descrito como uma sequela
da obra que celebrizou a autora.
Nelle Harper Lee nasceu em 1926, em
Monroeville, nos Estados Unidos. Maria-rapaz na infância, é famosa
a sua amizade, desde essa altura, com o também escritor Truman
Capote.
De acordo com o Portal da
Literatura, Harper Lee frequentou o Huntigton College e estudou
Direito na Universidade do Alabama. Não terminou os estudos. Em
1949 mudou-se para Nova Iorque, onde trabalhou enquanto ia
escrevendo nos tempos livres.
Em 1960 é publicado o romance
«Mataram a Cotovia». Torna-se um «bestseller» comercial e um
sucesso junto da crítica, sendo galardoado com o Pulitzer Prize em
ficção, em 1961.
O prestígio cresceu ao longo dos
anos, e hoje é um dos romances mais apreciados em todo o mundo,
eleito pelos principais livreiros norte-americanos como O Melhor
Romance do século XX, entre muitas outras distinções. Todos os anos
vende cerca de um milhão de exemplares.
Apesar de todo este sucesso, Harper
Lee nunca voltou a publicar. Viveu sempre uma vida completamente
afastada dos círculos mediáticos, morando ainda hoje na casa onde
passou a sua infância, em Monroeville, no estado sulista do
Alabama.
Foi premiada com a Medalha da
Liberdade, em 2007, pelo anterior presidente dos EUA, George W.
Bush.