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Director Fundador: João Ruivo Director: João Carrega Ano XXIII Nº271  Setembro 2020
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Actualidade

Prémio “Fellow” para Portugal
Rui Diogo premiado na América

ruidiogo.jpgO investigador português, Rui Diogo, acaba de ser distinguido pela maior organização mundial para anatomistas, a American Association of Anatomists. Aos 40 anos o também professor do Colégio de Medicina da Universidade de Howard, nos Estados Unidos, vê reconhecido o seu trabalho sendo nomeado com o prémio "Fellow" por aquela associação.

Natural de Castelo Branco, Rui Diogo é hoje um dos investigadores mais conceituados na área da biologia. Com um oceano pelo meio, explica ao Ensino Magazine que "esta nomeação é bastante importante, em termos científicos e de carreira. É um reconhecimento de excelência não só ao nível de ciência pura, mas também de ensino, e de promoção da anatomia para a divulgação da ciência em geral", começa por referir.

Daí que entenda esta nomeação como "um reconhecimento triplo: de ciência, de educação, e de divulgação", a qual está ligada a "um novo campo da biologia que estamos a desenvolver, aqui no meu laboratório".

Rui Diogo explica: "no fundo, estou a tentar criar, junto com alguns colegas, um novo campo da biologia, que se chama "Evolutionary Developmental Anthropology", que pretende combinar a biologia evolutiva com a biologia de desenvolvimento; a evolução humana e o estudo de defeitos de nascimento - o que tem importantes aplicações e implicações para a medicina -, e que permite discutir temas sociais como a história do racismo, entre outros".

Esta nova perspetiva que Rui Diogo está a implementar no seu laboratório entusiasma a comunidade científica internacional. Shawn E. Boynes, diretor executivo da American Association of Anatomists, lembra que a distinção que vai ser entregue ao investigador português é "atribuída para homenagear ilustres Membros que têm demonstrado excelência na ciência e na suas contribuições para as ciências anatómicas".

A conversa digital com Rui Diogo prossegue. O investigador confessa que não estava à espera desta nomeação. "Sou relativamente jovem para ganhar uma distinção deste nível, sobretudo sendo a American Association of Anatomists a maior organização mundial para anatomistas".

Por outro lado, esclarece, "a anatomia é apenas uma das várias áreas nas quais faço investigação. Na verdade não me defino como um anatomista, mas sim como um biólogo evolutivo, só uso a anatomia como um caso de estudo para discutir questões evolutivas mais abrangentes, como poderia usar a ecologia ou etologia, por exemplo".

Rui Diogo diz-se adepto do lema grego "mente sã em corpo são". Daí que não abdique de sair, ver cinemas ou jogar futebol. "Assim quando trabalho, estou realmente feliz e concentrado", confessa. O que também contribui para que esse lema seja cumprido é gostar mesmo do que faz "como investigador e professor", o que lhe permite também "poder viajar e aprender mais, sobre outras coisas, sobre o mundo". A acrescentar a estes fatores está a escolha do local onde vive, Washington DC, "uma cidade agradável e verde".

Aos 40 anos, este jovem português está a conquistar a comunidade científica internacional. Desafiado a deixar uma mensagem a outros investigadores nacionais, refere que "nunca se deve dizer não quando se nos abrem portas que nos poderão levar a aprender mais e ir mais longe".

Além disso, refere Rui Diogo, não "devemos ser impacientes, ou pensar só nos ganhos materiais, ou que já somos muito grandes em termos académicos para aceitar continuarmos a aprender. Devemos ser humildes. No meu caso, depois de acabar o pós doutoramento em Madrid, eu poderia dizer que só aceitaria um emprego como professor, ou num museu, que já merecia (tinha escrito vários livros nesse momento, por exemplo) e que quereria ganhar mais, ou ser um chefe de laboratório. Mas preferi muito mais a opção de fazer um novo doutoramento, numa área nova, num dos departamentos mais prestigiosos do planeta na área da evolução humana, a ganhar muito menos do que tinha ganho quando fiz o primeiro doutoramento, pois achava que era isso que me faria aprender mais, e ser melhor no longo prazo".

 
 
 
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