1ª Coluna

primeira coluna
Educação segundo PISA

joaofotoonline.jpgOs últimos resultados do teste internacional PISA, desenvolvido pela OCDE, com o intuito de avaliar a literacia de jovens de 15 anos de todo o mundo nas áreas da Leitura, Matemática e Ciências, revelam melhorias significativas em Portugal. No PISA 2015, os alunos portugueses melhoraram os resultados em todas as áreas (Matemática, Leitura e Ciências), confirmando a consistência da evolução positiva dos resultados em Portugal que se verifica desde 2000 (a primeira edição do teste internacional PISA), como é explicado pelo Conselho Nacional de Educação e como muito bem foi revelado pelo diretor de Educação e Competências da OCDE Andreas Schleicher, e pelos ex-ministros da educação David Justino, Isabel Alçada, Maria do Carmo Seabra, Maria de Lurdes Rodrigues, Nuno Crato e Eduardo Marçal Grilo, que este mês participaram num debate sobre os resultados obtidos pelo nosso país, nos últimos 15 anos.

Considerando apenas os 35 países/economias que integram a OCDE, dos 72 participantes no estudo, Portugal alcança agora as seguintes posições: 17.º a Ciências com 501 pontos, 18.º em Leitura com 498 pontos e 22.º a Matemática com 492 pontos, ficando acima da média da OCDE em todos os domínios.

Em 15 anos muito mudou na educação. Eduardo Marçal Grilo foi, enquanto ministro da Educação, um dos grandes impulsionadores do ensino pré-escolar em Portugal. E no entender das ex-ministras da educação Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada, o reforço do pré-escolar foi um importante contributo para a melhoria da educação no nosso país.

O debate que reuniu os últimos seis ministros da Educação em Portugal, promovido pela Fundação Manuel dos Santos, foi curto no tempo de discussão, mas ainda assim rico nas ideias apresentadas, até porque os resultados do PISA, obtidos por Portugal nos últimos 15 anos, devem ser vistos "como uma oportunidade para se perspetivar o futuro", como referiu Marçal Grilo no lançamento do evento.

Das muitas reflexões a ter em conta, destacaria algumas que me parecem importantes e que valorizam o percurso dos jovens portugueses e da escola no nosso país. De uma forma geral todos os antigos ministros da educação concordaram que a escola de hoje é diferente da de há 15 anos. A formação inicial de professores melhorou nesta década e meia. "Comparando com 2000, hoje temos mais professores motivados. Temos professores melhor formados e mais preparados", referiu David Justino, a que Maria de Lurdes acrescentaria: "estes resultados são tributários do esforço dos jovens, das escolas e dos professores, mas também do incremento de políticas educativas".

A reorganização das escolas, dos agrupamentos e da gestão escolar, como fatores que contribuíram para estes resultados, assim como o investimento feito no 1º ciclo, com a introdução, por exemplo, da escola a tempo inteiro, foram outros dos aspetos sublinhados pelos anteriores responsáveis da pasta educativa no nosso país, a que se juntaram a introdução de exames do 9º ano, avaliação dos manuais escolares ou a introdução de metas educativas.

Certamente que muitos outros há e que o facto dos resultados PISA serem positivos para o nosso país, não significa que tudo está bem. Não, nada disso. Significa isso sim, que está diferente e que ainda tem que ir fazendo o seu caminho, com os docentes, os alunos, as famílias e a sociedade. A escola é e será sempre a principal instituição de desenvolvimento do país. Ensina, forma, educa e prepara os jovens para o futuro. Importa agora que tenha a capacidade de se adaptar aos novos tempos e desafios, num mundo que é cada vez mais imprevisível…

 
 
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