Em Pequim: Crato anuncia novas oportunidades com a China
O ministro português da Educação e Ciência,
Nuno Crato, afirmou, dia 26 de fevereiro, em Pequim, que a sua
visita à China abriu "novas oportunidades" de cooperação,
salientando que, "também no aspeto científico e tecnológico",
aquele país "é uma potência
emergente".
"Tem havido muitas colaborações entre académicos chineses
e portugueses. Agora pretendemos passar para uma fase mais
avançada", disse Nuno Crato, após dois dias de contactos com o
homologo chinês, Wan Gang, e com responsáveis de várias
universidades e centros de investigação de Pequim.
Nuno Crato viaja com representantes de catorze
instituições científicas e académicas portuguesas, na maior
delegação do género enviada por Portugal à China.
"O governo chinês está a dar grande importância à
cooperação com Portugal. É uma oportunidade muito importante para
Portugal", disse o ministro português.
Dos projetos já acordados, Nuno Crato destacou o relativo
ao Centro de Investigação conjunto sobre materiais avançados,
nomeadamente células solares e "nano-tubos" de carbono para ecrãs
de "smartphones", cuja criação será formalizada na quinta-feira, em
Hangzhou, na Costa Leste da China.
O ministro português descreveu o referido Centro como "uma
plataforma de cooperação com aplicações em muitas áreas, e dedicada
sobretudo à transferência de tecnologia para empresas e a
aplicações industriais que possam gerar valor".
"É um passo em frente [na cooperação científica bilateral]
e uma grande oportunidade. Esperamos que o Centro seja o primeiro
de mais centros", disse.
O ministro referiu também que, no plano económico,
Portugal "não está numa época de expansão", mas "mantém o esforço
de financiamento" na área de investigação e desenvolvimento
(I&D) que, nos últimos três anos, representou 1,6% do Produto
Interno Bruto do país.
"É um esforço de sucessivos governos, que
viram a ciência como uma prioridade",
acrescentou.
Depois de Hangzhou, Nuno Crato visitará Xangai,
regressando no dia 02 de março a Portugal.
"Estamos a trabalhar para o futuro. Esta visita é o claro
exemplo de que passámos da linguagem dos tratados para a aplicação
prática", disse à agência Lusa o embaixador de Portugal na China,
José Tadeus Soares.
Entre as instituições representadas na comitiva do
ministro português figuram o Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos, Instituto Superior Técnico, a Universidade
Nova de Lisboa, o Centro de Ciências do Mar da Universidade do
Algarve, o Instituto de Engenharia Biomédica e o Laboratório
Ibérico de Nanotecnologia.