Gente & Livros
«Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!»
Mário Quintana (1906-1994) foi um
poeta, tradutor e jornalista brasileiro, considerado um dos maiores
poetas de língua portuguesa do século XX.
Nasceu na cidade de Alegrete (Rio
Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906, filho de Celso de
Oliveira Quintana, farmacêutico, e de Virgínia de Miranda
Quintana.
Iniciou os seus estudos na
escola do português António Cabral Beirão, em Alegrete, onde
conclui o curso primário. Desde cedo começou mostrar interesse pela
escrita.
Em 1919 mudou-se para Porto
Alegre, onde estudou, em regime de internato, no Colégio Militar.
Nessa altura começou a produzir os seus primeiros trabalhos, que
são publicados numa revista do Colégio.
Motivos de saúde levam
Quintana a deixar o Colégio Militar, em 1924, empregando-se na
livraria O Globo, onde permanece durante três meses, regressando
depois a Alegrete. Na sua cidade natal trabalha na farmácia da
família.
Em 1926 perde a mãe, e no ano
seguinte, o pai. Nessa mesma época é premiado no concurso do jornal
Diário de Notícias de Porto Alegre com o conto "A Sétima
Passagem".
Mário Quintana começa então a
trabalhar como tradutor na redação do jornal O Estado do Rio
Grande, em 1929. Um ano depois a Revista Globo e o Correio do Povo
publicam os versos do poeta. Nesse mesmo ano, Quintana partiu para
o Rio de Janeiro, onde entrou como voluntário para o
7º batalhão de Caçadores de
Porto Alegre, mas seis meses depois retorna a Porto Alegre e
reinicia seu trabalho no jornal.
Em 1934, a Editora Globo publica o
livro "Palavras e Sangue", obra de Giovanni Papini traduzida por
Mário Quintana. O poeta também traduziu autores como Voltaire,
Virginia Woolf, Maupassant e Proust.
Em 1936, Mário Quintana vai
trabalhar para a Livraria do Globo. Os seus textos são publicados
na revista Ibirapuitan. Em 1951, publica "Espelho
Mágico".
Em 1940, Quintana é indicado
para a Academia Brasileira de Letras. Nesse mesmo ano publica o
livro de poemas "A Rua dos Cataventos", que viria a ser usado como
livro escolar. Em 1966 publica "Antologia Poética" e é saudado pela
Academia Brasileira e Letras. Em 1980 recebe o prémio Machado de
Assis pela obra total e, em 1981, recebe o Prémio Jabuti de
Personalidade Literária do Ano.