O seminário "O Poder do Professor e a
Crise de Autoridade (O Poder da Desordem)", decorreu no passado dia
6 de dezembro, no auditório da Escola Superior de Educação de
Castelo Branco (ESE), tendo sido orientado por João Ruivo,
professor e investigador.
A iniciativa realizou-se no âmbito das atividades desenvolvidas
pela Comissão Científica do Curso de Especialização Pós-graduada em
Administração Escolar da ESE, coordenado pelo professor Valter
Lemos, e inserida nos seminários de educação, coordenados pela
professora Maria José Infante.
O seminário contou com a presença de mais de uma centena de
professores dos agrupamentos de escolas da região, técnicos que
operam na área da saúde e da educação e de alunos dos cursos de
Mestrado, de Pós-graduação e de Especialização daquela escola
superior.
O seminário teve início com uma sessão se abertura, presidida pela
diretor da ESE, professor João Serrano, e em cuja mesa também
estiveram presentes os professores João Ruivo, Valter Lemos e Maria
José Infante.
Na sua apresentação, João Ruivo abordou os principais fatores que
contribuíram, mais recentemente, para a perda da autoridade do
professor na turma, na escola e na comunidade. Salientou os
indicadores sociais, políticos e académicos dessa erosão
profissional e centrou a discussão entre os elementos exteriores
(exógenos), que não dependem da atividade do professor, e os
interiores (endógenos), em que apenas os docentes são responsáveis,
face à sua atuação profissional.
Em debate estiveram temas como a demissão de muitas famílias do
processo de educação dos seus filhos; o modo como o Estado empurra
para as escolas responsabilidades que, apenas a ele, deveriam
competir; a escassa formação permanente dos docentes face à
desatualização acelerada, provocada pela rápida evolução do
conhecimento e das tecnologias da comunicação e da informação; a
importância do regresso à formação pelos valores; o relato de
algumas experiência positivas de integração do pais nas atividades
escolares, como forma de corresponsabilização educativa; e,
finalmente, a importância da utilização de técnicas de controle da
disciplina na sala de aula.
João Ruivo encerrou o seminário com a abordagem da relevância da
incorporação das teorias da inteligência emocional na atuação dos
professores, na melhoria da sua autoestima, da sua
profissionalidade docente e das lideranças escolares, e tentou
demonstrar como alguns profissionais (através de lideranças
tóxicas) trabalham para criar o caos (o poder da desordem), para
que possam dominar, a seu gosto, a vida de muitas instituições
escolares, contribuindo, negativamente, para a imagem social dos
professores.