Primeira Coluna
A importância dos de fora e dos de dentro
A internacionalização das instituições de ensino
superior portuguesas tem sido uma prioridade e um objetivo que nas
últimas duas décadas tem saído reforçado em domínios como a
mobilidade de alunos, a captação de estudantes internacionais, a
investigação, a concretização de projetos científicos e o
estabelecimento de convénios que em muitos casos já garante a dupla
titulação de cursos.
Atentos, universidades e politécnicos, olham para este eixo de
desenvolvimento com cuidado. Ao nível da mobilidade de alunos
Erasmus+, têm-se revelado aumentos quer nos números de estudantes
de outros países da União Europeia que frequentam semestres em
instituições portuguesas, quer nos portugueses que vão para outros
países. Também ao nível de pessoal docente e não docente se
verificam números muito interessantes. O mesmo sucede com estágios.
Falamos de milhares de pessoas e milhões de euros investidos.
Nesta relação de globalidade surgem, num outro patamar, os
estudantes internacionais e os alunos estrangeiros que procuram as
universidades e politécnicos portugueses para estudar, quer em
cursos de curta duração, licenciaturas, mestrados, pós-graduações e
doutoramentos. É uma forma diferente de internacionalização, cujos
critérios e condições disponibilizados devem ter em atenção
requisitos importantes de forma a que o acolhimento e o
sucesso desses alunos, das instituições e das regiões que os
recebem seja garantido. Não basta captar estudantes e completar
turmas com esse público, pois se apenas isso for feito criam-se
problemas de integração, de funcionamento das instituições, de
indisciplina e de insucesso. Importa integrar e acolher, mas também
exigir, disponibilizando os meios para que o sucesso, a exigência e
a responsabilidade sejam alcançados nos planos educativo e
social.
Como sempre defendemos, o ensino não tem fronteiras. Partilhamos
essa ideia desde o número zero do Ensino Magazine. Sempre olhámos
para a internacionalização das instituições como um processo
natural. Por isso também abraçámos o mundo da lusofonia, levando a
nossa publicação ao Brasil, a África e à Ásia (Macau), iniciando há
mais de uma década uma relação estreita com as instituições de
ensino superior e secundárias desses países. O mesmo sucede com o
espaço europeu, onde somos parte integrante dos principais eventos
de acesso ao ensino superior realizados na Península Ibérica, como
a AULA e a Simo Educación (em Madrid), a Futurália (Lisboa) e a
Qualifica (Porto). Nelas levamos o que de mais importante as
universidades e politécnicos nossos parceiros concretizam,
divulgando-os junto de centenas de milhares de pessoas.
Associamo-nos, deste modo, à internacionalização, abrindo também as
páginas da nossa publicação a notícias dessas instituições, mas
também a artigos escritos por colaboradores de outros países, como
acontece com Espanha, Brasil e Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa. Deste modo, continuamos a cumprir um dos nossos
objetivos, o de informar sem fronteiras, nem tabus. A todos votos
de um bom 2020!